O número de mulheres traficantes na cracolândia, no centro de São Paulo, aumentou, segundo a Polícia Civil. Em operação realizada na madrugada desta sexta-feira na região, das seis pessoas detidas, cinco são mulheres.
Uma outra operação realizada no dia 29 de março também fez prisões de mulheres --quatro suspeitas de gerenciar o tráfico na alameda Barão de Piracicaba.
"Isso demonstra o aumento de mulheres no tráfico, principalmente na venda no varejo. Nós temos estudado isso que está acontecendo. Às vezes, ela é casada com um traficante, ele é preso e ela assume o tráfico, vendendo de tudo, cocaína, maconha e crack ", afirmou o delegado Marcos Galli Casseb, titular do SIG (Setor de Investigações Gerais).
Outra hipótese levantada pela polícia seria a convivência pacífica entre os traficantes que vendem drogas na região da cracolândia. Nenhuma das pessoas presas portavam armas.
Das cinco mulheres detidas, uma tem 16 anos e todas já tiveram passagens pela polícia. Uma delas respondeu por homicídio da filha de sete anos, mas foi absolvida na Justiça, segundo Casseb.
As prisões das duas operações foram feitas após cerca de um mês de investigações e filmagens do local. O delegado-titular da 1ª Delegacia Seccional do centro, Kleber Antônio Torquato Altale, afirmou que o trabalho continua.
"Estamos mapeando as ruas Helvétia, Guaianases e dos Gusmões. Temos mais duas pessoas identificadas nas filmagens como traficantes que não estavam lá quando chegamos, mas que vamos atrás", afirmou.
A prisões desta sexta ocorreram na rua dos Gusmões, entre a rua Santa Ifigênia e a avenida Rio Branco. Cerca de 50 agentes do GOE (Grupo de Operações Especiais), do SIG e da 1ª Delegacia Seccional, da Polícia Civil, participaram da ação.
Foram apreendidos cerca de 70 pedras de crack e quase R$ 2.000. Segundo Altale, cerca de 300 pessoas --a maioria usuários-- estavam no local na hora da operação.
Após as prisões, a prefeitura fez a limpeza da região. Cerca de dois caminhões foram cheios de lixo retirados da rua.