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audiência Casamento real deve ser assistido por 2 bilhões de pessoas Casamento real deve ser assistido por 2 bilhões de pessoas 18 ABR 2011 • POR folha.com • 15h40

Cerca de 2 bilhões de pessoas devem assistir à transmissão do casamento real, marcado para o dia 29 de abril, potencialmente a maior audiência televisiva da história  enquanto outras 2.000 pessoas estarão presentes na cerimônia.

Equipes de cinegrafistas de vários países irão transmitir imagens de William -- filho do herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, com a falecida princesa Diana -- casando-se com Kate Middleton, sua namorada há oito anos.

O enlace ocorrerá na Abadia de Westminster -- cujo nome formal é Collegiate Church of St. Peter, e que tem uma longa associação com a família real, que data de mil anos. Até o século 20, o local era usado principalmente para cerimônias de coroação e funerais.

Em 1919, uma neta da rainha Vitória, a princesa Patricia, deu início à tradição de realizar casamentos reais na abadia. Os bisavós de William, Elizabeth Bowes Lyon e o futuro rei George 6º, seguiram o exemplo dela em 1923, como também fizeram seus avós, a futura rainha Elizabeth 2ª e o príncipe Philip, em 1947.

O decano John Hall vai receber Kate e seu pai na porta oeste da abadia na manhã do casamento. Ele iniciará e encerrará a missa com uma benção.

O arcebispo de Canterbury e líder espiritual da Igreja Anglicana, Rowan Williams, vai unir o casal, e o bispo de Londres, Richard Chartres, fará o sermão.

"Acho que todos estaremos um pouco nervosos, mas também excitados e felizes porque o casamento será aqui", disse Hall.

"Eu odiaria pensar que o casamento é apenas uma coisa de celebridades. Acho que é realmente algo mais profundo que isso, possivelmente relacionado ao atendimento extraordinariamente fiel da rainha há tanto tempo e das pessoas associadas a ela."

Os detalhes sobre a música do casamento não foram revelados.

VESTIDO DA NOIVA

Outro fator que está sendo guardado como "segredo de Estado" é o vestido que será usado por Kate. O modelo e o nome do criador do vestido vêm sendo tema de especulações intermináveis desde que o casal anunciou o noivado, no ano passado.

Segundo o jornal "Daily Telegraph", Kate encomendou três vestidos de noiva diferentes para manter o suspense sobre qual modelo usará.

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A futura princesa teria preparado um "plano B" e um "plano C" para o caso de o modelo vazar para a imprensa, revelou o jornal.

Nesta segunda-feira, uma estilista relativamente desconhecida, Sophie Cranston, está sendo apontada como provável criadora do modelo. O veterano estilista Bruce Oldfield, a diretora criativa da grife Alexander McQueen, Sarah Burton, Alice Temperley e até mesmo Jasper Conran já foram citados como possíveis criadores.

Segundo Yvonne York, correspondente de realeza do jornal "Huffington Post", Cranston, da grife Libelula, foi escolhida para criar o que já um dos vestidos mais comentados da década. Kate usou um casaco da marca no casamento de uma amiga neste ano.

Uma representante da grife não quis dar declarações. Ao meio-dia desta segunda-feira, o site da grife tinha saído do ar.

Se de fato optar por Cranston, Kate estará seguindo o exemplo da princesa Diana, que escolheu a estilista relativamente desconhecida Elizabeth Emanuel para criar o vestido que trajou em seu casamento com o príncipe Charles, em 1981.

IMPULSO PARA ECONOMIA

Como foi o caso dos avós e bisavós de William, o casamento acontece em um período de austeridade no país. Segundo especialistas citados pela imprensa britânica, a união reportará à economia britânica, graças à sua repercussão midiática global, cerca de 730 milhões de euros.

O casamento também deve representar um grande impulso para o turismo no Reino Unido. A união de Charles e Diana, por exemplo, atraiu cerca de 600 mil turistas a mais que o habitual no dia da cerimônia.

Kate deve chegar à abadia de carro, não em uma carruagem de luxo, e a família real e a família Middleton vão dividir os custos da cerimônia, da recepção e da lua-de-mel.

O casamento também deve trazer à tona as memórias do funeral da princesa Diana, realizado na Abadia de Westminster em 1997.

"É óbvio que isso estará presente na cabeça das pessoas", disse Hall. "Seria absurdo imaginar que não estivesse."

PAIS DA NOIVA

De acordo com o jornal "Sunday Times", os pais de Kate vão pagar quase 100 mil libras (cerca de R$ 257 mil) para custear parte das despesas do casamento.

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Carole e Michael Middleton contribuirão com a quantia para cobrir gastos como diárias de um hotel, onde se hospedarão tanto eles quanto seus filhos na véspera do casamento, o vestido da noiva, os vestidos das damas de honra e a lua-de-mel. O casal Middleton também pretende bancar, segundo a fonte, o jantar e o baile que o príncipe Charles, pai do noivo, promoverá no Palácio de Buckingham para celebrar a união.

Os pais de Kate assumirão as despesas de vários dos quartos do hotel Goring, situado no luxuoso bairro londrino de Belgravia. A suíte de dois dormitórios e cinco quartos onde Kate e sua irmã Pippa, dama de honra, se hospedarão na véspera do casamento custa 4 mil libras a noite (R$ 10 mil).

Além dessa suíte, o casal Middleton também reservou um quarto com três camas para eles dois e seu filho James, ao preço de 1.140 libras a noite (R$ 2,9 mil), bem como outros quartos para parentes e amigos.

Segundo o jornal, somente a conta do hotel chegará a mais de 20 mil libras (R$ 51 mil), incluindo também cafés da manhã, almoços e jantares.

Já quanto ao vestido da noiva, especula-se que tenha custado cerca de 30 mil libras (R$ 77 mil), enquanto o vestido da irmã Pippa deve ter custado cerca de 20 mil libras (R$ 51 mil).

O jornal lembra que os Middleton possuem uma empresa de vendas online de artigos de festa que, aparentemente, os transformou em milionários.

BLECAUTE

Hall diz ainda que está "rezando" para que tudo dê certo durante o dia do casamento --considerado o mais importante da realeza desde o de Charles e Diana, em 1981-- já que houve falta de luz em duas sextas-feiras recentes.

O decano revelou que, no último mês, a luz foi cortada duas vezes na abadia e na região vizinha, mas por pouco tempo. Nas duas ocasiões, os apagões ocorreram em sextas-feiras.

"É um pouco alarmante", disse Hall à agência Reuters. "Se a eletricidade falhar em algum momento na manhã de 29 de abril, será muito ruim."

"Nosso responsável de obras está em contato direto com a companhia elétrica e trocou vários fusíveis. Esperamos que tudo dê certo."