Eleito presidente do Haiti, Michel Martelly afirmou em entrevista coletiva que examina a hipótese de anistiar os ex-presidentes haitianos Jean-Bertrand Aristide e Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc. Tanto Aristide como Baby Doc são acusados de corrupção e violação de direitos humanos. Ambos retornaram ao Haiti. Paralelamente, Martelly avisou que vai procurar o apoio da oposição para a reconstrução do país, devastado pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.
As informações são do Comitê Provisório do Haiti e da rede multiestatal de televisão Telesur. Martelly disse ainda que além da reconstrução do Haiti, suas prioridades se concentram na melhoria dos sistemas de educação e saúde no país. Desde o ano passado, os haitianos enfrentam uma epidemia de cólera que matou cerca de 4 mil pessoas entre adultos e crianças.
Para o presidente eleito, é fundamental também “modernizar” a economia do Haiti e recriar as Forças Armadas, dissolvidas em 1995, sob acusações de atuar com o objetivo de oprimir, agredir e constranger a populações, seguindo ordens do então presidente Aristide. O governo Aristide foi apontado como um dos mais violentos da história recente das Américas.
Na entrevista coletiva, Martelly afirmou também que vai apoiar as investigações coordenadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre eventuais irregularidades ocorridas durante as eleições gerais no país, realizadas no final de 2010. Segundo ele, é essencial respeitar o desejo do povo e o voto do eleitor, daí a importância das investigações.
Ontem (21) o nome de Martelly foi anunciado oficialmente como o vitorioso nas eleições presidenciais que ele disputou, no segundo turno, em 20 de março, com Mirlande Manigat, ex-primeira-dama do Haiti. Pelos dados oficiais, Martelly obteve 67,57% e Manigat recebeu 31,7%. A posse será no próximo dia 14