Logo Correio do Estado

Política No túnel do tempo No túnel do tempo 8 FEV 2010 • POR • 06h19

Letícia Colin sempre quis atuar em uma trama de época. Afinal, desde que estreou na tevê, há dez anos, como a Glorinha do seriado “Sandy & Júnior”, da Globo, a atriz só deu vida a personagens contemporâneos. “Sempre tive vontade de fazer um papel que voltasse no tempo. Só não imaginei que fosse voltar tanto: 2400 anos!”, brinca ela, referindo-se à romântica Ana, judia que vai interpretar em “A história de Ester”. Afinal, a próxima minissérie da Record se passa no ano 400 A.C. Na história bíblica, a personagem de Letícia vai viver um romance ao melhor estilo Romeu e Julieta. Tudo porque a judia Ana vai namorar, às escondidas, o amalequita Aridai, vivido por Paulo Nigro. “A Ana representa a figura da Julieta dentro da história: o romantismo, a luta pelo amor, a briga entre duas famílias que se odeiam”, compara. Filha dos judeus ortodoxos Joel e Rebeca, vividos, respectivamente, por Giuseppe Oristânio e Eliete Cigarini, assim como a protagonista Ester, de Gabriela Durlo, Ana vai ser desgarrada da família para o harém do rei Assuero, de Marcos Pitombo. Lá, contudo, ela continuará se encontrando secretamente com Aridai que, vira e mexe, conseguirá invadir o jardim do local para vê-la. “O mais bonito do romance entre os dois é que, mesmo sabendo que correm risco de morte se forem descobertos, eles continuam se encontrando”, destaca. Para representar tão visceralmente uma judia cheia de tradições, Letícia pediu ajuda para três amigas judias. Além de ir a um Rosh Hasha-ná, que é o ano novo judaico, e observar o que os judeus comem, a forma como se comportam e como se vestem, ela passou a ouvir canções judaicas. Tudo, segundo ela, para ficar ainda mais próxima da personagem. “Sempre achei a religião judaica muito interessante, mas nunca havia tido contato. Achei bárbara a sonoridade do hebraico no thora, que é a bíblia deles”, destaca ela, que teve de usar um “megahair” para viver algumas fases da personagem. Adotar as madeixas mais longas, por sinal, foi o que deu mais trabalho à caracterização de Letícia. De resto, a atriz não precisou fazer esforço. Pelo contrário. “Como plebeias, as mulheres não se arrumavam. A Ana só passa a ficar mais feminina quando vai para o harém”, adianta ela, acrescentando que o figurino da personagem no local é repleto de cores românticas, como lilás e rosa. “As roupas são lindíssimas. Sem falar nas joias, como os brincos e as pulseiras de ouro”, elogia. Além de se preocupar em entender a religião e os hábitos judaicos, Letícia também prendeu a atenção no fato de a personagem engravidar. “Essa coisa de a personagem ficar grávida foi muito forte para mim”, admite. Foi tão relevante que Letícia levou a sério as instruções da obstetra que acompanhou as gravações do parto de Ana.