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Economia Dólar cai a R$ 1,562, menor valor em quase três anos Dólar cai a R$ 1,562, menor valor em quase três anos 30 JUN 2011 • POR uol • 15h56

A cotação do dólar comercial fechou em baixa de 0,64% nesta quinta-feira (29), a R$ 1,562 na venda. Com isso, a moeda norte-americana tem o menor valor desde o dia 1º de agosto de 2008 (quando também valia R$ 1,68). Abaixo desse nível, o dólar já teria fechado no menor patamar desde janeiro de 1999.

É a quarta queda seguida do dólar, acompanhando o otimismo global após a aprovação de medidas de austeridade na Grécia. A queda para um dos menores níveis desde a adoção do câmbio flutuante foi influenciada também pela rolagem de contratos futuros e derivativos em vencimento.

Em junho, o dólar teve baixa de 1,14%. No ano, a queda é de 6,24%.

Nos próximos seis meses, no entanto, alguns fatores no mercado internacional devem tornar mais difícil a valorização do real.

Para Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citigroup no Brasil, o fim do programa de estímulo financeiro dos Estados Unidos e a perspectiva de uma queda das commodities tira combustível da queda do dólar. "Nossa projeção para o final do ano é de R$ 1,60", disse à Reuters.

Kfoury também não espera que a intervenção do governo no mercado de câmbio volte a ser intensa como no primeiro trimestre de 2011, quando o Banco Central lançou mão de compras à vista, a termo e no mercado futuro, além de medidas fiscais do Ministério da Fazenda, para brecar a queda do dólar.

"O fluxo diminuiu muito", argumentou. A entrada líquida de dólares no primeiro trimestre somou US$ 35,6 bilhões, enquanto no segundo trimestre caminhava para ficar em torno de US$ 5 bilhões, segundo o BC.

Ainda assim, o BC já reforçou as compras no mercado à vista, com dois leilões por dia desde quarta-feira, contra apenas um nas semanas anteriores.

O segundo semestre também marca a adoção de um novo cálculo para a Ptax, taxa de referência do mercado de câmbio e usada na liquidação de contratos futuros e outros derivativos.

A perspectiva é de que a nova taxa deva diminuir o volume do mercado de "casado" (operações combinados entre o mercado à vista e o futuro), com efeito também sobre o mercado à vista. O giro deve encolher e ficar mais compatível com o fluxo real de dólares ao país, avaliam profissionais de mercado.