O Brasil se prepara para fazer um concurso internacional para recrutar pesquisadores e docentes internacionais para a área científica-tecnológica.
Ao sair de encontro em que a presidente Dilma Rousseff encontrou o neurocientista Nicolelis, o ministro Aloisio Mercadante (Ciência e Tecnologia) afirmou que o governo abrirá, em breve, vagas para pesquisadores estrangeiros temporários nas instituições de ponta na área científica no Brasil.
Segundo ele, o alvo são pesquisadores que perderam seus postos em universidades estrangeiras por causa da crise. Como exemplo, Mercadante disse que só na Nasa esse número seria de 4.000 pessoas.
O ministro citou experiência recente da Unicamp, de Campinas, que trouxe pesquisadores e professores estrangeiros para períodos de até dois anos na universidade.
"Vamos dar um salto quântico", disse o ministro, falando também do recém-anunciado programa que pretende enviar 75 mil graduandos e doutorandos brasileiros para universidades no exterior.
O governo espera que a maior parte das bolsas seja bancada por empresas brasileiras. "Hoje é um momento raro na história econômica, o Brasil cresce, tem estabilidade, investe e estamos assistindo a uma recessão, uma crise, instabilidade nos países desenvolvidos. Então nós tivemos uma diáspora de cérebros no passado, mas agora queremos atrair inteligência para o Brasil e vamos fazer isso".
O ministro afirmou que o país tem excelentes cientistas, mas que a iniciativa do governo responde a exigência da sociedade atual de expandir a fronteira do conhecimento.
"Você não desenvolve projeto de ponta em tecnologia e ciência sem colaboração inter nacional. E o Brasil tem que pensar em estar na ponta, em estar disputando as áreas de fronteira".
PROJETOS
Na conversa com Dilma, Nicolelis pediu apoio para dois projetos: instalação de 12 escolas multilíngues nas fronteiras do Brasil e o desenvolvimento do programa "Projeto Andar de Novo" para o início da Copa de 2014.
As escolas teriam ensino normal pela manhã e os estudantes dos dois países assistiriam aulas conjuntas de ciência no período da tarde. O público alvo são crianças de dois a 15 anos.
"São 12 localidades da fronteira brasileira com os países sul-americanos. Integrar esse programa com os países irmãos na América do sul, metade crianças brasileiras, metade crianças do país fronteira, professores de ambos os países, escolas bilíngue português e espanhol, um educação científica", disse Nicolelis.
Sobre o "Projeto Andar de Novo", a ideia é que um paraplégico possa dar o chute inicial da copa. Os cientistas trabalham para unir um homem a maquinam, neste caso um macacão, controlado pelo cérebro.
"A presidente adorou a ousadia", disse Nicolelis.
Mercadante afirmou que o projeto é um "sonho'. "Imagina um menino, uma menina, tetraplégico ou paraplégico entrar andando em um campo de futebol e chutar uma bola. É uma coisa tão fantástica quanto santos Dumont um dia acreditou que era preciso voar. Espero que a gente consiga fazer."