O caso Marielly deve ter desfecho amanhã. A Polícia Civil vai convocar, nesta segunda-feira (18), coletiva de imprensa para esclarecer os mistérios acerca do episódio de aborto malsucedido que resultou na morte da jovem. Marielly Barbosa Rodrigues, 19, desapareceu em 21 de maio em Campo Grande, e vinte dias depois seu corpo foi encontrado em um canavial em Sidrolândia – a 70 quilômetros da Capital.
O adjunto da Delegacia Especializada em Homicídio (DEH), Fabiano Nagata, informou que vai relatar o inquérito policial sobre a morte da estudante ao Ministério Público (MPE) em 10 dias. O responsável pelo caso disse que tem pressa em encerrar as investigações pois, com o passar do tempo, as provas ficam mais frágeis e difíceis de serem adquiridas.
O delegado explicou que aproveitará que os suspeitos Hugleice da Silva, 25, cunhado da vítima e Jodimar Ximenes Gomes, 40 – enfermeiro acusado de ter feito o aborto na jovem – estão presos temporariamente para juntar provas que indicam ligação entre os dois.
A expectativa é de que afastando os acusados da sociedade, eles não tenham mais interferência externa e mais testemunhas colaborem com as apurações. "Estamos descobrindo as peças. A situação melhorou muito agora", frisou o adjunto.
Confissão
A estratégia de prisão dos suspeitos já rendeu frutos. Na sexta-feira, Hugleice, que até então, negava qualquer envolvimento no episódio de desaparecimento de Marielly, admitiu ter levado a cunhada até Sidrolândia, para realizar o aborto. Hugleice chegou a ir com a família da estudante, no dia seguinte ao desaparecimento da jovem, para "procurar" a garota. Ele não teria informado a família sobre a "carona" que deu a Marielly para Sidrolândia, no dia anterior. A suspeita é de que ele mantinha uma relação extra-conjugal com a estudante e era o pai do bebê que ela esperava. Ela morreu grávida de três meses.
Já o enfermeiro, apontado pela polícia como suspeito de autoria do aborto na jovem, nega veementemente o procedimento e afirma que a confissão de Hugleice é uma estratégia de defesa para o cunhado da vítima. Jodimar continua preso em Sidrolândia e Hugleice, em Campo Grande. Ambos tiveram prisão temporária decretada na quarta-feira passada.