A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou ontem, oficialmente, situação de fome nas regiões somalis de Bakool e Baixo Shabel, cuja situação ameaça se estender a todo o sul do país.
"Se não atuarmos agora, a fome se estenderá as oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses, por más colheitas e os focos de doenças infecciosas", disse o coordenador humanitário da ONU em Somália, Mark Bowden.
Há 20 anos estas regiões meridionais são açoitadas pela seca e a fome que também afetam as colheitas do Quênia e Etiópia, entre outros estados da área.
Por outra parte, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alertou à comunidade internacional para que incremente sua assistência à essas zonas onde habitam ao menos 12 milhões de pessoas.
A FAO pediu cerca de US$ 70 milhões para financiar programas de ajuda em Somália e US$ 50 milhões para ação igual na Etiópia, Quênia, Yibuti e Uganda.
Mais de duas pessoas - para cada 10 mil - morrem diariamente nessa nação em guerra desde 1991 e estima-se que 30% das crianças estão desnutridas.
O alerta sobre a fome ocorre em meio a um conflito armado entre o Governo Federal de Transição (GFT) e seus aliados e a organização radical Al Chabaab - que controla as zonas do sul -, onde se encontram Bakool e Baixo Shabel.