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Copa América Peru bate Venezuela e termina em 3º Peru bate Venezuela e termina em 3º 23 JUL 2011 • POR Terra • 18h02

Em uma Copa América repleta de surpresas e equilíbrio, Peru assegurou no final da tarde deste sábado a terceira colocação do torneio. Abusando dos rápidos contra-ataques e de uma postura cautelosa, a equipe comandada pelo técnico Sergio Markarián derrotou a Venezuela pelo placar de 4 a 1 e se confirmou como a principal surpres da competição. William Chiroque e José Paolo Guerrero, três vezes, asseguraram o triunfo. Juan Arango, por outro lado, descontou para a Venezuela.

E o grande destaque da partida realizada em La Plata acabou sendo o atacante do Hamburgo. Com os três gols assinalados diante da Venezuela, Guerrero chegou aos cinco na competição e se isolou na artilharia da competição. O peruano só não terminará na artilharia caso o uruguaio Luís Suárez anote três tentos na decisão da Copa América, que será disputada neste domingo, contra o Paraguai, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

Empolgada pela boa surpreendente campanha na Copa América, a Venezuela dominou a maior parte da primeira etapa. Com uma formação bem modificada em relação ao duelo contra o Paraguai, pela semifinal, o time vinho tinto criou as melhores oportunidades, mas, novamente, apresentou problemas de finalização. Tal falha beneficiou o Peru, que, em contra-ataque aos 41min, abriu o marcador com o atacante William Chiroque.

Na segunda etapa, a Venezuela, porém, se complicou pelo próprio comportamento. Com a expulsão de Rincón, um dos destaques do país no torneio, o time vinho tinto não conseguiu segurar os rápidos contra-ataques peruanos. Sem uma marcação mais colada, o centroavante José Paolo Guerrero brilhou, anotando três gols e sacramentando o time de Sergio Markarián como a principal surpresa da Copa América de 2011, que viu as derrocadas das potências Brasil e Argentina ainda nas quartas de final. Juan Arango, por outro lado, ainda diminuiu para os venezuelanos

Sem o estigma de "saco de pancadas" por conta da ótima participação na Copa América, a Venezuela volta a campo no próximo dia 9, quando terá pela frente o amistoso contra o Irã, fora de casa. Também longe dos seus domínios e na mesma data, o Peru, outra surpresa do torneio sul-americano ao cair apenas nas semifinais para o favorito Uruguai, enfrentará Honduras.

O jogo

Principal surpresa da Copa América, a Venezuela entrou muito modificada para a disputa da medalha de bronze. Sempre polêmico, tanto em suas decisões quanto declarações, o técnico César Farías alterou seis jogadores em relação à derrota nos pênaltis para o Paraguai, na semifinal. Nomes como o experiente meia Juan Arango e o atacante Salomón Rondón acabaram preteridos para o compromisso deste sábado, em La Plata.

Mesmo com uma base completamente diferente, o time vinho tinto criou a primeira oportunidade para abrir o marcador. Logo aos 2min, Giancarlo Maldonado, um dos atletas a ganhar uma vaga para o duelo deste final de semana, recebeu pela ponta direita, cortou para o meio da área e soltou um forte chute. Para sorte do goleiro Fernández Valverde, a bola passou perto do travessão.

Diante do Peru, a Venezuela apresentou uma formação mais ousada e rápida, especialmente por conta das presenças do meia Yohandry Orozco na criação e da jovem revelação Miku Fedor. Com um maior volume de jogo, a equipe de César Farías voltou a ameaçar os peruanos aos 13min, quando Orozco levantou para a área e assustou o goleiro adversário.

O ritmo apresentado pela Venezuela era parecido com o do apresentado pela equipe na prorrogação diante do Paraguai. Melhor em campo e dominando o confronto, o time vinho criou, no entanto, a principal oportunidade aos 23min, e novamente com Orozco. O camisa 10 venezuelano tabelou com Maldonado e, à frente da meta adversária, chutou por cima.

De tanto ameaçar o Peru, a Venezuela conseguiu balançar as redes aos 30min; contudo, teve o tento anular. Maldonado recebeu perto da entrada da área e tocou para Miku Fedor mais ao centro. O camisa 7 devolveu a bola na direção do centroavante, mas Orozco foi quem recebeu e tocou para Maldonado tocar para o gol. O árbitro anulou a jogada, alegando impedimento do homem de referência venezuelano.

As seguintes oportunidades desperdiçadas e o gol anulado acabaram minando aos poucos o ritmo da Venezuela no jogo, e a queda na ofensividade foi fatal na reta final da primeira etapa. Aos 41min, William Chiroque puxou contra-ataque e abriu boa bola para Paolo Guerrero, que devolveu na medida para o camisa 18 abrir o marcador em La Plata.

Melhor durante a primeira etapa, mas atrás no marcador, a Venezuela retornou dos vestiários pressionando a defesa peruana. Logo aos 2min, Fedor recebeu perto da pequena área, passou por dois marcadores com um drible veloz e chutou rente à trave direita peruana.

Todas chances, o bom toque de bola e o volume de jogo venezuelano, no entanto, acabaram prejudicados por conta do volante Tomás Rincón. Um dos destaques da equipe na competição - sendo até apontado pelo técnico César Farías como o melhor jogador da Copa América -, o meio-campista aplicou uma tesoura em um adversário e recebeu o cartão vermelho.

Com um a menos no setor de marcação, a equipe não conseguiu suportar os ótimos contra-ataques peruanos. Aos 19min, Guerrero puxou contra-ataque e lançou Chiroque na ponta direita. Consciente, o camisa 18 devolveu para o centroavante, que arrematou forte, sem chances para Vega.

A ótima vantagem diminuiu o ritmo peruano até o final do jogo. Sem investir nos rápidos contra-ataques, postura que adotou durante todo o confronto, o time de Sergio Markarián recuou, e sofreu a consequência por essa postura. Com 32min, Orozco descolou um lindo passe para Arango, que invadiu a área e diminuiu para a Venezuela.
Gol que, entretanto, não mudou a situação do duelo. Nos acréscimos, em outro contra-ataque, Guerrero deu um lindo drible em Vizcarrondo e assinalou o terceiro gol peruano na partida.

No último lance, o camisa 9 ainda transformou o triunfo em goleada. Foi o quinto gol do atacante do Hamburgo na Copa América, número que faz ultrapassar Luís Suárez, do Uruguai, e Sergio Agüero, da Argentina, na artilharia do torneio