A tarifa média de energia elétrica para a indústria brasileira é de R$ 329 por megawatt-hora (MWh), quase 50% maior do que a média de R$ 215,50 em um conjunto de 27 países que divulgam dados na Agência Internacional de Energia, aponta estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A diferença chega a 134% quando se compara o Brasil com os BRICs (Rússia, Índia e China), que pagam em média R$ 140,70 pela energia consumida na indústria. Em relação à América Latina, que gasta em média R$ 197,50 por MWh no setor fabril, a energia brasileira é 67,5% mais cara.
Segundo o documento, que também discute as divergências entre os 27 Estados brasileiros, nenhum deles é competitivo em nível global. A Firjan levantou tarifas nas 64 distribuidoras de energia no Brasil. A entidade aponta no estudo que somente o custo da primeira parte da tarifa, que envolve geração, transmissão e distribuição, já supera os preços finais da energia nos três principais parceiros comerciais brasileiros - China, Estados Unidos e Argentina.
Além da energia, a Firjan também considera críticos os 14 encargos cobrados sobre a energia, que respondem por 17% da tarifa final. Destaca que a alíquota média dos tributos estaduais e federais - PIS/Cofins e ICMS - cobrada na energia elétrica industrial é de 31,5%, a maior de todos os países analisados no estudo.
O documento sugere a redução de tributos para aumentar a competitividade da indústria brasileira, a eliminação de algumas contribuições e subsídios cruzados, além do fortalecimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Assim, qualquer discussão que não considere redução mínima de 35% do custo de geração, distribuição e transmissão de energia, refletindo os investimentos já amortizados pelas geradoras e distribuidoras, nos colocará fora do jogo da competitividade mundial", afirmou, em nota, o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Cristiano Prado.