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ALERTA Após detectar foco de aftosa Paraguai vai sacrificar mais de 800 bovinos Após detectar foco de aftosa Paraguai vai sacrificar mais de 800 bovinos 19 SET 2011 • POR DA REDAÇÃO • 13h15

O Paraguai, um dos dez maiores exportadores mundiais de carne bovina, detectou um foco de febre aftosa em um estabelecimento no centro do país e suspendeu as exportações, informou o serviço veterinário local nesta segunda-feira. O presidente paraguaio Fernado Lugo declarou estado de emergência sanitária na localidade de Sargento Loma, distrito de San Pedro, onde foi confirmada a presença da febre aftosa, específicamente na estância Santa Helena, propriedade da empresa de bovinos La Blanca. No local existem 819 animais que devem ser abatidos por meio do rifle sanitário.

A fazenda esta situada em um distrito que fica ao lado do departamento de Amambay, e por isso não faz fronteira com Mato Grosso do Sul. Mesmo assim as autoridades de MS estão em alerta. 

A notícia representa um golpe para o setor que vem crescendo com força nos últimos anos e esperava um novo recorde nas exportações em 2011 e deixa as autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul em alerta. O Paraguai, que perderá seu status de país livre de febre aftosa com vacinação devido a este episódio, tem entre seus principais clientes a Rússia e o Chile. A carne bovina é o segundo item na pauta de exportação do Paraguai, depois da soja.

"A suspensão (das exportações) se dá por prudência, com o objetivo de garantir a qualidade da carne embarcada para fora do país, até que se determine se o foco está isolado ou é está em outras áreas também", disse Carlos Simón, diretor interino do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa), citado pelo jornal Ultima Hora.

O Senacsa reportou o foco em comunicado e declarou que o sistema nacional de emergência sanitária foi ativado depois de comprovar a presença do vírus em um estabelecimento de Sargento Loma, no departamento de San Pedro. 

O orgão informou que comunicou o caso à Organização Mundial de Saúde Animal, e Simón afirmou ao diário ABC Digital nesta segunda que informará sobre a existência do foco a todos os mercados que recebem a carne paraguaia. Os embarques serão suspensos até que o países reajam, acrescentou.

O Senacsa impôs uma quarentena que impede a movimentação na fazenda afetada e prevê fazer um mapeamento para identificar eventuais outros focos. A febre aftosa é uma doença infecciosa que afeta animais de casco fendido e ataca severamente o gado, mas não é contagiosa para humanos.

Mesmo assim, é considerada uma grave ameaça econômica para os países exportadores, porque leva ao fechamento dos mercados tanto para a carne como seus subprodutos e derivados. O Paraguai exportou cerca de 170 mil t de carne bovina em 2010. No primeiro quadrimestre de 2011, o volume das exportações chegou a 57 mil t e seu valor a US$ 311 milhões, segundo dados oficiais. Rússia e Chile compram cerca de 80% das exportações paraguaias.

Prejuízos
As exportações de carne do Paraguai ficarão interrompidas pelo menos até dezembro devido ao foco de febre aftosa, o que levará a um prejuízo de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões, segundo informou o setor privado. "No que resta do ano, vamos perder um quadrimestre até dezembro, a exportação será zero. Em termos econômicos, (a perda) tende a ser próximo de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões", disse Luis Pettengil, da Câmara Paraguaia da Carne.

Pettengil disse que o Paraguai exportou perto de US$ 600 milhõesaté agora. "Este episódio pode durar um ano. Temos que trabalhar do zero para procurar habilitar (as vendas) o mais cedo possível", ressaltou.

(com informações do site ABC Color)