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Soja ainda necessita de mais água Soja ainda necessita de mais água 10 FEV 2010 • POR CÍCERO FARIA, DOURADOS • 22h47

Mesmo com as chuvas recordes de janeiro, as lavouras de soja na região de Dourados necessitam ainda de bastante água, principalmente aquelas semeadas mais tarde, para que o desenvolvimento das plantas seja completo. Mesmo as áreas mais adiantadas em formação de grão também têm necessidade de umidade. A observação foi feita ao Correio do Estado pelo agrônomo e especialista em solo, José Ubirajara Garcia Fontoura, ex-chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados. Ele participou do 6º Show da Soja, em Itaporã, que reuniu 517 agricultores, animados com a perspectiva de colher uma boa safra, com média de 55 sacas por hectare. Por causa das intensas precipitações de dezembro e janeiro, as plantas de soja desenvolveram raízes mais superficiais, por causa da alta oferta de umidade na camada inicial do solo, explicou Fontoura. Em clima normal, o sistema radicular deveria ser mais profundo para garantir o suprimento hídrico em períodos de chuvas escassas. Por isso, o veranico que ocorreu até o domingo passado na região sul estava começando a preocupar os produtores. Isso porque os dias estavam ensolarados e com altas temperaturas. A do ambiente chegou a 37 graus em Dourados, indicando que nas lavouras passou com facilidade dos 40º C. “A natureza é sábia quando a planta busca água mais na superfície devido às fortes chuvas. Mas esse comportamento do vegetal pode ser prejudicial em caso de seca, depois de épocas muito chuvosas”, acrescentou o agrônomo. No final da tarde de segunda- feira ocorreram pancadas fortes de chuva. Em Dourados, o serviço de agrometeorologia da Embrapa registrou a precipitação de 30 milímetros, a primeira grande chuva de fevereiro, o mesmo ocorrendo em áreas vizinhas. Mas em outras localidades, foi apenas uma garoa. Ontem o tempo amanheceu nublado, mas à tarde o sol abriu. Para os próximos dias, a meteorologia prevê dias parcialmente nublados na região, com possibilidade de novas pancadas de chuva, o que será benéfico para as lavouras de soja, a maior parte em fase de formação ou maturação de grãos.