Contos, mitos e superstições permeiam o imaginário de milhares de brasileiros em todos os cantos do País. O cenário folclórico e cultural sul-mato-grossense não poderia ser mais rico, repleto de “causos” contados de geração em geração e lendas urbanas que metem medo em crianças e adultos. Na data em que se comemora o Dia das Bruxas, nada melhor do que recordar personagens regionais como o Pé de Garrafa, a Mulher de Branco, o Come-Língua e também a misteriosa Carolina.
Um dos mitos mais conhecidos do Estado, a lenda do Pé de Garrafa fala de um homem-bicho, com o corpo coberto de pelos, exceto ao redor do umbigo e, claro, um dos pés tem o formato do fundo de uma garrafa, por isso se locomove aos pulos, deixando pegadas redondas, assustando com seu grito e com os assobios que indicam que é dono do território. Ele é capaz de hipnotizar quem encará-lo, arrasta as vítimas para sua caverna e as devora.
A famosa Mulher de Branco ganhou uma nova identidade, por aqui ela é pantaneira e seduz os homens com sua beleza alva em estradas noturnas, fazendo-os perder o controle e desaparecendo sem deixar rastros. Em outra versão, ela os leva até uma mansão luxuosa e no dia seguinte, eles acordam nus e enrolados em espinhos. No lugar onde antes havia a casa, não há mais nada.
Na região do bolsão, outro bicho mete medo nos moradores: o Come-Língua. Personagem que é uma variação do Arranca-Língua, lenda nascida em Goiás; em Mato Grosso do Sul é descrito como um menino-bicho. Em vida, ele era muito mentiroso e, por causa disso, sua mãe lhe rogou uma praga. Tempos depois, foi encontrado morto e sem língua. Desde então, o menino-bicho atormenta os animais, que são encontrados mortos e com as línguas arrancadas no pasto.
Variante da “Maria Sangrenta”, Carolina ficou conhecida nas escolas do interior sul-mato-grossense e quando invocada, revela segredos e prevê o futuro. Porém, para chamar o espírito da moça é preciso estar sozinho em um banheiro, com as luzes apagadas e a torneira aberta, encarar fixamente o espelho e dizer seu nome três vezes. A imagem da moça aparece no espelho e responde todas as dúvidas. Para mandá-la embora, basta jogar a água no espelho.
No período em que videogames e computadores invadem a imaginação, lendas urbanas e “causos” antigos persistem, assustam, são repetidos e reinventados, amedrontando, divertindo e enriquecendo a cultura popular.
(Com informações do site Educamor.net)