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Política Corumbá faz intercâmbio com o Rio Corumbá faz intercâmbio com o Rio 10 FEV 2010 • POR SÍLVIO ANDRADE, CORUMBÁ • 21h32

A evolução do carnaval corumbaense fora da passarela do samba iniciou-se nesta década, com a criação da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba), em 2003. Mas o marco da mudança radical, com a qualificação e reestruturação das escolas, foi a presença do carnavalesco Joaosinho Trinta, em 1998, num período em que o axé invadia a folia pantaneira. “Não dei xem o ritmo baiano tomar conta do seu carnaval”, avisou Joãosinho, que a época trabalhava na Beija-Flor. Ele veio a Corumbá com um mestre de bateria da escola carioca e foram realizadas palestras e cursos que deram um novo impulso e incentivo aos carnavalescos locais. De lá para cá, o carnaval cresceu na proporção das agremiações. Com o surgimento da Liesco, a prof i ssion a l ização foi consequência. Outro momento crucial: o retorno da escola Império do Morro, em 2004, com uma visão mais empresarial. “Saíram de cena os donos das escolas, que passaram a ser administradas por empresários, traba l hando o ano todo para fazer dinheiro, como uma empresa”, observa o presidente da Liesco, Zezinho Martinez. O primeiro presidente da Liesco também foi um empresário: o ex-banqueiro e pecuarista A l fredo Zamlutti. Com a nova visão administrativa, veio o aprimoramento dos ritmistas e sambistas e das alegorias. “A sociedade passou a ver a escola de samba com outros olhos e a participar dela. A ntes, ninguém da chamada a lta sociedade desfilava”, lembra Martinez. O i ntercâmbio como carnaval carioca cresceu. A Império, nos últimos anos, tem como i ntérprete do seu samba-enredo Wander Timbalada, que passou por várias escolas, entre elas a Acadêmicos da Rocinha e São Conrado. A porta-bandeira Irinéia e o mestre-sala Jorginho desfilaram na Salgueiro e Ilha do Governador, com a qual a escola mantém parceria. A presença do poder público tem sido fundamental para garantir infraestrutura na passarela do samba, mídia e capacitação dos carnavalescos que trabalham nos barracões. “Apoiar o carnaval é investimento”, diz o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Carlos Porto. Segundo ele, a folia aquece a economia local e o turismo e gera três mil empregos.