Com destaque internacional, o ataque de pistoleiros ao cacique Nísio Gomes atinge proporções cada vez maiores. Ontem, cerca de 70 índios guarani-caiová reforçaram o acampamento onde o cacique foi atacado e morto por pistoleiros na última sexta-feira, em Mato Grosso do Sul.
Na ocasião, o cacique Nísio Gomes, 59, foi atingido por tiros, e seu corpo foi levado numa caminhonete. Ele continua desaparecido.
O acampamento, que agora reúne cerca de 120 pessoas, fica numa fazenda de soja e cana-de-açúcar na região sul do Estado, entre as cidades de Amambai e Ponta Porã.
Os índios afirmam que a área é um território tradicional dos guarani-caiová e tentam retomar a região -hoje ocupada por fazendas.
O local foi incluído pela Funai (Fundação Nacional do Índio) nos processos de identificação de terras tradicionais guaranis, iniciados em 2008 e ainda não concluídos. Os proprietários das fazendas da região afirmam que seus documentos são legais.
De acordo com o coordenador regional do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Flávio Vicente Machado, os índios que se uniram ao acampamento eram da mesma família de Gomes e moravam em aldeias próximas.
Eles chegaram de ônibus ao local e relataram ter sido intimidados por caminhonetes, que acompanharam os ônibus e tentaram bloquear as estradas.
Os índios não receberam nenhum tipo de proteção especial e afirmam que só sairão do local "depois de mortos".
A Polícia Federal está investigando o caso, e a Força Nacional enviou equipes para fazer incursões na região.
Os índios afirmam que outras pessoas estão desaparecidas e foram feridas, segundo o Cimi, mas a Funai não confirma.
Com informações da Folha