A Polícia Civil de São Paulo estima que ao menos 50 pessoas participaram da agressão ao motorista de ônibus Edmilson Reis Alves, 59. Ele foi espancado e morto na noite de domingo após perder o controle do veículo e bater em um carro na rua Torres Florêncio e Rielli, altura do número 285, no Jardim Planaltona zona leste de São Paulo. De acordo com a polícia, Alves teve um mal súbito
Segundo testemunhas disseram à polícia, era impossível chegar ao motorista porque havia muita gente em cima dele.
“É muito provável que eles [agressores] tenham pensado que era mais um acidente causado por um motorista embriagado”, disse Antônio José Pereira, delegado titular do 69º Distrito Policial.
De acordo com o delegado, depois de sofrer o mal súbito, o motorista bateu em um primeiro carro. Segundo testemunhas, as pessoas saíram do carro e começaram a agredir o motorista. Uma cobradora que estava de folga, mas dentro do ônibus, disse que puxou o freio de mão do veículo.
Durante o linchamento, alguém soltou o freio de mão e o ônibus bateu em carros e motos. Pessoas que estavam em um baile funk vizinho ao local do acidente começaram a agredir o motorista, sem motivo aparente, ainda segundo o delegado. Alves foi agredido com socos e pontapés. O extintor do ônibus e R$ 25 do motorista sumiram do veículo. Testemunhas disseram que sempre há drogas e armas no baile funk.
“Estamos investigando e vendo se tem câmera de segurança. Ficamos sabendo que muita gente gravou o linchamento com celular”, disse o delegado.
Além do motorista morto, um homem chegou a ser atropelado pelo ônibus e foi encaminhado ao Hospital Geral de São Mateus.
A polícia aguarda laudo do IML para confirmar se a morte ocorreu pelo mal súbito ou pelas agressões. O caso foi registrado como homicídio qualificado. Até o momento, ninguém foi identificado e preso. O velório de Alves será no Cemitério da Vila Alpina.