Renegadas por todos, as larvas podem estar a um passo de conquistar um lugar no coração da humanidade - ou ao menos de alguns seres humanos. Isso porque, de acordo com o jornal Daily Mail, pesquisadores franceses constataram que essas pequenas criaturas são mais eficientes do que o bisturi ao retirar tecidos mortos de grandes feridas que demoram a cicatrizar.
De acordo com a pesquisa, feita pela Universidade de Caen, na Normandia, além de manterem a ferida limpa, as larvas secretam substâncias bactericidas e que também ajudam a acelerar a cicatrização do tecido vivo. Normalmente observadas em pessoas diabéticas, esse tipo de ferida é tratado com cirurgias que nem sempre surtem efeito.
As larvas utilizadas são da espécie Lucilla sericata, são criadas em laboratório e chegam embaladas ao paciente. Uma vez na ferida, as larvas secretam uma substância que liquefaz o tecido morto, para poder ingeri-lo. Como resultado, o tecido que resta na ferida é apenas o vivo. Os pacientes testados pelos médicos receberam as larvas nas feridas durante duas semanas. Nenhum deles se queixou de dor ou disse ter sentido os movimentos dos animais.
Embora a terapia com larvas já seja autorizada nos Estados Unidos desde 2004 e sua eficácia, comprovada, os médicos afirmam que o paciente precisa ser "psicologicamente forte" para suportar a ideia de ter esses animais rastejantes em um local tão sensível como uma ferida aberta.