O estudante Vitor Suarez Cunha, 21, agredido por jovens ao tentar defender um mendigo, passou por uma cirurgia neste sábado, no hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, para reconstrução do rosto. A face foi a parte do corpo mais afetada pelos chutes e socos que sofreu.
A cirurgia começou por volta das 9h e durou cerca quatro horas. De acordo com os médicos, o jovem está no CTI (Centro de Terapia Intensiva), mas passa bem. "Nossa preocupação é de ele ter uma sequela na movimentação do globo ocular, mas isso só poderemos saber quando saírem os edemas", afirma o cirurgião, Leonardo Peral.
Peral explica que esta sequela o deixaria com um pouco de dificuldade de fazer o movimento de olhar para cima. Segundo o cirurgião, o paciente "não terá cicatrizes, nem corre o risco de ficar cego".
O estudante sofreu afundamento de face com fraturas na região do maxilar. Foram colocados 63 parafusos e oito placas de titânio. A cicatrização óssea ocorrerá em aproximadamente 60 dias.
Já que correu tudo bem na cirurgia, na próxima terça-feira o jovem poderá ter alta. Ele está no CTI apenas por precaução.
O estudante foi agredido em uma praça da Ilha do Governador na madrugada de sexta-feira (3) por três jovens. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, ele tentava impedir que o mendigo apanhasse do grupo.
Os suspeitos da agressão já estão presos. Tadeu Assad Farelli Ferreira, 20, e William Bonfim Nobre Freitas, 23, foram detidos. Eles prestaram depoimento na 37ª DP (Ilha do Governador) e depois foram transferidos para a Polinter, no Grajaú, na zona norte do Rio. Um terceiro suspeito identificado como Rafael Zanini Maiolino, 18, ainda está foragido.
Os presos tiveram a prisão preventiva decretada acusados de tentativa de homicídio.