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Um táxi, por favor! Um táxi, por favor! 18 FEV 2010 • POR • 06h40

Muito se tem debatido sobre o trânsito de nossa Morena! Pseudo-especialistas, com aquele tradicional blá blá blá, em busca de holofotes, filas duplas, etc, etc... Recentemente, apareceu uma tal pesquisa, dizendo que, vergonhosamente, reconquistamos o primeiro lugar, em números proporcionais, em acidentes de trânsito. Bom, o que fazer? Como todo mundo dá seus pitacos, sendo este escriba motorista profissional, não poderia deixar de meter o bedelho, e, de quebra, dar uma cutucada nas ditas autoridades! Em primeiro lugar, vejo que o centro da cidade, está saturado, já não comporta o tráfego intenso de veículos. Estacionamento, então, nem precisa dizer a via-crúcis para conseguir um. O que fazer? Oras, que tal incentivar o cidadão a deixar o carro em casa? E como fazer? O transporte coletivo de Campo Grande, longe de ser o modelo ideal, ao menos podemos dizer que é um dos melhores do País! Talvez, a cereja do bolo, seja colocar pessoas certas nos lugares certos, mas, aí seria lúdico imaginar tal fato. Alie-se a isso, o tradicional nariz empinado da chamada classe média campo-grandense, que abarrota os editais de protestos nos jornais, por não pagar a prestação do carro, na sua recusa em encarar, ainda que de vez em quando, um busão! Condomínios surgem a olhos vistos, do dia para a noite, em bairros cada vez mais afastados. Exemplo, a outrora pacata Avenida Marquês de Pombal, virou um senhor corredor de veículos, além, é claro, uma pista tentadora, aos aspirantes a homicidas no trânsito, tal a velocidade desenvolvida pelos carros e motos por sua extensão. Quanto ao pedestre? Oras, o pedestre... Que tal incentivar as pessoas a usarem mais o serviço de táxi? Mas, ora pílulas, com essa tarifa... Já está ficando repetitivo, mas, também é uma das mais altas do País. E por que isso acontece? Para quem não sabe, a última vez que houve distribuição de alvarás de táxi em nossa Capital, foi no ocaso da administração Juvêncio da Fonseca!!! Na época, nossa cidade tinha cerca de 600 mil habitantes. Hoje, em torno de 800 mil almas aqui vivem, e, sendo uma cidade com forte apelo empresarial, a população flutuante é acrescida de mais alguns milhares de seres. Essa gente toda, precisa de táxi para se deslocar. E, quatorze anos depois, continuamos com os mesmos 438 táxis. Só para traçar um parâmetro, São Paulo, com 11 milhões de habitantes, possui 33 mil táxis, devidamente legalizados; O Rio de Janeiro, com 6 milhões de moradores, 17.800 táxis, Porto Alegre, com 1,6 milhão, mais de 2.000 táxis! Quer dizer, analisando a grosso modo, a proporção nessas cidades, é de pelo menos três táxis, para cada grupo de mil moradores. Obviamente, que Campo Grande não comportaria tais números, o serviço se tornaria inviável, mas, poderia ser melhorado. Foram anos e anos de negligência, de prefeitos e vereadores, que só aparecem em dia de comemoração, para fazer discursos imbecis, que levam do nada a lugar nenhum. Inacreditavelmente, o antigo presidente do (inútil) Sintáxi, se vangloriava, no alto de seus mais de dez anos de ditadura e roubalheira, à frente da entidade, de ter conseguido fazer com que pontos de táxis de nossa cidade, atingiram valores venais estratoféricos!!! Para os leigos, afirmo que alvarás de táxi são negociados até a R$250.000!!!!! Isso, porque até onde sei, a venda é proibida. Começou um zum zum zum, dizendo que a prefeitura vai distribuir novos alvarás. Pelo histórico de distribuições anteriores, amigos do Rei, podem se locupletar. Aos auxiliares, os chamados curiangos, esqueçam uma distribuição justa, feita por sorteio entre todos com mais de dez anos de praça, ou ainda, por meio de provas. Aos que não têm condições de pagar mensalidade sindical, para que seus dirigentes levem uma vidinha nababesca, esqueçamos. Essa briga, político nenhum quer comprar, afinal, não rende votos. Enquanto isso, continuemos a conviver com filas duplas, engarrafamentos, pátios de shoppings e supermercados lotados... afinal, as autoridades são o reflexo de seus eleitores. Merecemos, tudo isso que aí está! Uma pena!