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Ex-presidente do Ibama critica pacote ambiental do governo Ex-presidente do Ibama critica pacote ambiental do governo 7 JUN 2012 • POR agência brasil • 07h31

Se o governo tivesse anunciado recursos para melhorar a gestão e implementação das unidades de conservação (UCs) que já existem no país teria feito um pacote ambiental mais a altura de um Dia do Meio Ambiente. A opinião é da engenheira agrônoma Maria Tereza Pádua, que integra a comissão de Parques Nacionais da União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN).

“O que a presidenta Dilma podia fazer é anunciar que, em vez de usar US$ 4 bilhões ou US$ 5 bilhões em uma hidrelétrica, vai usar esse dinheiro no sistema de conservação. Isso solucionaria os principais problemas das unidades de conservação do país”, avaliou.

Maria Tereza, que foi presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante a Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio92, disse que as medidas anunciadas ontem (5), pela presidenta Dilma Rousseff, consolidam “um pacote tímido para o país que está recebendo a Rio+20”.

A engenheira alerta que o governo continua repetindo “o erro eterno de não implementar essas áreas. Inclui a criação em decreto e no campo nada acontece. Ficam ali, dois fiscais brigando, sem que exista gestão da área e sem regularização”.

O resultado dessa prática, segundo ela, é a manutenção do discurso de que o Brasil tem muitas áreas protegidas. As estimativas são que 60% do território brasileiro estão em áreas protegidas, enquanto a engenheira garante que a porcentagem não passa dos 10%, sendo que “dois terços não estão implantados”.