Logo Correio do Estado

Brasil/Mundo Bomba mata 29 pessoas no Paquistão Bomba mata 29 pessoas no Paquistão 19 FEV 2010 • POR • 08h58

Uma bomba em uma mesquita no cinturão tribal do noroeste paquistanês matou 29 pessoas, incluindo alguns militantes. O ataque de ontem é mais uma mostra das ameaças de segurança no país, mesmo com o aparente aumento da cooperação contra extremistas entre Paquistão e Estados Unidos. O ataque na região do Passo Khyber ocorreu no dia em que o enviado especial dos EUA Richard Holbrooke se reuniu com o primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, em Islamabad, capital do país. Ao mesmo tempo, vieram a público informações segundo as quais autoridades locais têm perseguido os líderes do Taleban afegão em território paquistanês, uma antiga exigência dos EUA. A explosão atingiu uma mesquita na área de Aka Khel, matando 29 pessoas e ferindo outra 50, segundo o funcionário local Jawed Khan. Autoridades ainda investigam se um homem-bomba realizou o ataque ou se ele ocorreu graças a um artefato instalado anteriormente. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Khan disse que entre os mortos havia militantes do Lashkar-e-Islam, um grupo insurgente que atua em Khyber. Esse grupo está em confronto com os militantes do Ansarul Islam, apesar de ambos terem ideologias semelhantes às do Taleban. Mais cedo nesta semana, funcionários confirmaram que uma operação conjunta entre a CIA e o Paquistão capturou o número 2 do Taleban afegão, mulá Abdul Ghani Baradar, na cidade de Karachi, no sul paquistanês. Ontem, um funcionário afegão afirmou que há duas semanas dois líderes do Taleban no norte do Afeganistão também foram presos no Paquistão por autoridades locais. Entre eles está Abdullah, também conhecido por Abu Waqas. Ontem ele foi conduzido a um tribunal em Karachi. Abdullah é acusado de treinar mulheres-bomba no noroeste do país. Os EUA e o Paquistão falaram pouco sobre essas prisões, mas elas podem significar uma mudança na política paquistanesa. O Paquistão vinha frustrando os norte-americanos por ou negar o uso de seu território pelo Taleban ou fazer pouco para combatê-lo. As prisões podem significar que as autoridades paquistanesas decidiram combater o grupo insurgente, que o governo do Paquistão ajudou a fortalecer como um estratégico aliado contra a rival Índia. As prisões ocorrem ainda no momento em que tropas afegãs e ocidentais lutam contra o Taleban pela cidade de Marjah, no sul afegão, província de Helmand. Gilani disse a Holbrooke que os EUA devem levar em conta os temores paquistaneses de que a ofensiva em Marjah possa levar os refugiados afegãos e os militantes para o sudoeste e o noroeste do Paquistão. A dupla também discutiu a ajuda humanitária norte-americana para o Paquistão.