Sujeira, ardor nos olhos, sangramento no nariz, coriza, tosse e rouquidão. São algumas das reclamações dos moradores de Corumbá e Ladário. A fumaça das queimadas que tem encoberto a cidade incomoda e causa perigo à saúde da população.
A Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta que em 2012, Corumbá lidera a estatística com 512 focos de calor. Somente no mês de julho, foram registrados 243 focos de queimadas.
"Nasci e cresci em Corumbá, porém, não consigo entender o motivo de nos últimos anos, os incêndios terem crescido. A cada ano que passa parece que piora. O resultado é que vemos as unidades de saúde lotadas, muitas pessoas com problemas respiratórios, além de indisposição e cansaço", disse o aposentado Melquíades Brito, de 71 anos.
A fumaça libera substâncias tóxicas que irritam os olhos e as vias aéreas. Todas as pessoas podem sentir o efeito dela, mas quem tem problemas respiratórios, como asma, deve ter mais cuidado e evitar o contato com a fumaça.
Lela Rojas, de 61 anos, é asmática e está sentindo as alterações de seu sistema respiratório em função das queimadas. "Em dias normais, eu uso apenas uma vez a bombinha que é própria para a asma e controla minhas crises, mas com essa situação de clima seco e de fumaça, estou usando à para poder dormir e também durante o dia. É uma situação complicada, pois não temos muito que fazer. Além do remédio que é próprio para minha doença, coloco baldes de água no quarto", relatou.
Sem chuva
O Centro de Meteorologia do Aeroporto Internacional de Corumbá informou que a última chuva registrada na cidade foi no dia 07 de julho. Entretanto, o volume foi muito pequeno: apenas 1 milímetro. A última precipitação mais significativa caiu no dia 26 de junho, quando choveu 7,2 milímetros. A umidade relativa do ar tem variado de 35 a 60%.