As dívidas comprometem, em média, 42% da renda familiar brasileira. Segundo estudo da Proteste Associação de Consumidores, as famílias têm três dívidas ativas. Mas cerca de 23% das famílias têm cinco dívidas ou mais.
As maiores incidências são as compras parceladas no cartão, crediários em cartão de loja, parcelamento de compras no cartão e parcelamento de fatura. Foram entrevistadas famílias nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro com renda média de R$ 2.401.
Uma das principais fontes de endividamento das famílias é o cartão de crédito. Só no cartão, o gasto médio é de R$ 500 por mês. Segundo a pesquisa, 38,1% dos consumidores não pagam o valor total da fatura à vista, precisando, assim, apelar para o crédito rotativo.
Cerca de 30% dos respondentes declararam que não liquidaram nenhuma divida ainda. “Constatou-se que quando a família assume uma dívida paga em média 189% mais por ano que o valor real do bem financiado”, diz a pesquisa.
O estudo aponta que a aquisição de um empréstimo para quitar outro é o motivo pelo qual alguns dos entrevistados não conseguem liquidar a dívida. Pouco mais que um quinto do total de entrevistados disse ter contraído nova dívida, e metade o fez na tentativa de quitar a anterior. Outros, 9,3% recorreram a novo empréstimo por dificuldade de manter despesas básicas, em muitos casos devido ao excesso de dividas assumidas”, diz o estudo.
“As instituições financeiras têm grande parte da responsabilidade neste cenário ao estimular o uso do cartão de crédito, cujas taxas de juros foram as únicas a não ter reduções recentemente. Mantêm-se os juros estratosféricos que colocam a pessoa em uma situação de endividamento praticamente impagável”, avalia a entidade.