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CPMI DO CACHOEIRA Para relator, silêncio evidencia envolvimento Para relator, silêncio evidencia envolvimento 22 AGO 2012 • POR AGÊNCIA SENADO • 14h52

O silêncio dos dois convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira evidencia o “pacto” e a “clara unidade de defesa” dos acusados de integrar a quadrilha comandada pelo contraventor goiano. A análise é do relator Odair Cunha (PT-MG), que lamentou o comportamento dos depoentes desta quarta-feira (22) na comissão.

Amparados por habeas corpus, Aredes Correia Pires, ex-corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, e Jayme Rincón, atual presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), limitaram-se a dizer que foram instruídos por advogados a não responder a qualquer indagação e foram rapidamente dispensados.

Para o relator, no entanto, há evidências da relação de Aredes Pires com a organização de Cachoeira.

– É evidente que Aredes Pires colaborou de forma sistemática com a organização criminosa. Tinha aparelho Nextel, dialogava permanentemente com Carlos Cachoeira e vazou informações de dentro da cúpula de segurança de Goiás – afirmou o deputado, com base nas escutas telefônicas e em dados de quebras de sigilos do acusado.

Em relação a Jayme Rincón, Odair Cunha chamou atenção para a apreensão feita pela Polícia Federal do computador de Vladimir Garcez. Na máquina, segundo o relator, estavam arquivos com minutas de editais de licitações a serem realizadas pela Agetop.

– São questões que precisam ser esclarecidas. Vladimir Garcez era um braço político da organização criminosa e se encontrava sistematicamente com Jayme Rincón – afirmou o relator, que destacou ainda a suspeita de favorecimento da empreiteira Delta em outras licitações da agência goiana.