A falta de estrutura física adequada e de funcionários qualificados para lidar com jovens infratores são comuns em praticamente todos os estados brasileiros. A constatação é da equipe designada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para revisitar as unidades de reclusão de adolescentes no país, e que hoje (27) esteve no Rio. Cerca de 17 mil jovens cumprem medidas de privação de liberdade, de acordo com o conselho no país.
A fiscalização ficou a cargo das juízas auxiliares da presidência do CNJ Cristiana Cordeiro e Joelci Diniz, que vistoriaram a Unidade Dom Bosco, na Ilha do Governador, construída dentro do Instituto Padre Severino. Na outra vez que estiveram lá, havia superlotação de jovens, com 271 adolescentes para 120 vagas, o que deve ser melhorado com a inauguração da nova unidade. No Padre Severino, os quartos ainda abrigam até 16 adolescentes, número que deverá cair para três na Dom Bosco.
As visitas fazem parte da segunda fase do Programa Justiça ao Jovem, que teve a primeira parte feita entre 2010 e 2011.
“De forma geral, se caminhou muito pouco. Alguns estados tiveram pontos positivos, onde conseguimos perceber mudanças no sistema. Mas a maioria ainda está muito aquém do que esperávamos. No Rio de Janeiro, uma nova fase, com uma estrutura física muito boa está sendo inaugurada. Mas o que nos preocupa é a estrutura de pessoal”, disse Joelci.
A equipe do CNJ já esteve este ano nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Amazonas, da Bahia, de Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul.