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Filme "O Palhaço", de Selton Mello, vai disputar indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro Filme "O Palhaço", de Selton Mello, vai disputar indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro 21 SET 2012 • POR portalbraganca • 06h00

O filme O Palhaço, dirigido por Selton Mello, será o representante brasileiro na disputa a uma vaga para concorrer ao prêmio de melhor filme estrangeiro do Oscar 2013, nos Estados Unidos. A escolha foi feita hoje (20) por uma comissão especial que se reuniu na representação regional do Ministério da Cultura, na capital fluminense.

A decisão foi consensual entre os seis membros presentes da comissão, que considerou critérios artísticos e da capacidade de distribuição e promoção do filme no exterior. “Passamos por três horas de discussões e, consensualmente, esta comissão escolheu O Palhaço, da Bananeira Filmes, dirigido pelo Selton Mello, como representante brasileiro no Oscar 2013”, informou a secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana.

O filme, uma co-produção entre a Bananeira Filmes e a Globo Filmes, levou 1,4 milhão de pessoas às salas de cinema, arrecadando, no Brasil, R$ 13,4 milhões, segundo a Imagem Filmes, empresa responsável por sua distribuição. Os bons resultados comerciais, em um filme considerado pela crítica como autoral, tiveram peso na escolha.

“Do conjunto de filmes é o que alia a parte cinematográfica e a parte de negócios de sucesso. Saber o que o americano vai querer ver e gostar daqui a seis meses é difícil. A gente procurou escolher o melhor filme, apresentado ao mercado brasileiro e com potencial de mercado internacional. O filme tem potencial de exibir internacionalmente? Tem. Então, ele pode concorrer ao Oscar”, disse o sócio da Academia Brasileira de Cinema e diretor executivo da Globo Filmes, Carlos Eduardo Rodrigues, um dos sete membros da comissão.

O Palhaço, que tem tido boa aceitação em festivais de cinema, recentemente abriu a mostra do 16° Festival de Cinema Brasileiro de Miami. A produtora do longa-metragem, Vania Catani, disse que a indicação permite uma nova fase de comercialização do filme no exterior. Com acordos de distribuição em seis países, a obra tem tido boa aceitação internacional. “A gente teve uma sessão em Nova York, em julho, no MOMA [Museu de Arte Moderna]. Só tinha americano na plateia e eles amaram o filme, interagiram, riram, entenderam tudo”, disse a produtora.

A promoção internacional da película terá apoio também dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, com acompanhamento da comissão, segundo Ana Paula Santana.

O filme contou com apoio de leis de incentivo e do Prêmio Adicional de Renda, em valores não informados pela produtora. Levantamento feito no site da Agência Nacional do Cinema (Ancine) indicam que a obra recebeu R$ 3,4 milhões em incentivos fiscais, dos quais prestou contas.

O uso desses recursos, distribuídos a quase todas as produções audiovisuais profissionais do país, é tido por Catani como de grande importância para a indústria nacional de cinema. “Ainda não é hora de abrir mão delas [leis de incentivo]. São fundamentais e sempre serão, de alguma maneira, pois vai haver sempre um tipo de cinema que não vai ter condições de se pagar comercialmente. Eu, particularmente, me fiz com elas”, disse.

A seleção dos cinco filmes na lista final da categoria Melhor Filme Estrangeiro do Oscar deve ser anunciada em 10 de janeiro de 2013. A cerimônia de premiação será realizada em 24 de fevereiro, em Los Angeles, Estados Unidos.