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Brasil/Mundo Arruda é denunciado outra vez Arruda é denunciado outra vez 21 FEV 2010 • POR • 07h49

A Procuradoria-Geral da República apresentou na sexta- feira mais uma denúncia contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Dessa vez, por falsidade ideológica. Arruda, afastado do cargo e preso há quase 10 dias, teria colocado informações falsas em quatro documentos apresentados à Polícia Federal para tentar justificar ter recebido dinheiro de Durval Barbosa. Arruda foi gravado por Barbosa recebendo dinheiro. O governador apresentou quatro documentos atestando ter recebido doações de Barbosa para “pequenas lembranças” e “campanhas de Natal” de R$ 20 mil em 2004, R$ 30 mil em 2005, R$ 20 mil em 2006 e R$ 20 mil em 2007. Os documentos não têm data e, de acordo com a PGR, foram todos criados e assinados por Arruda em 28 de outubro de 2009. Dois dias depois, Barbosa os entregou à PF afirmando que nunca fez doações a Arruda. Se Arruda enfrenta novas denúncias, seu substituto interino no cargo, o governador em exercício Paulo Octávio passou a sexta-feira tentando convencer os deputados distritais a lhe darem apoio político para permanecer no cargo, mas sem grandes perspectivas. Ele organizou um almoço com a bancada de deputados, mas a reunião foi boicotada pelos deputados representantes dos partidos de oposição. Na sexta-feira, os quatro deputados do PT, Paulo Tadeu, Cabo Patrício, Chico Leite, Erika Kokay, além de José Antônio Reguffe (PDT), decidiram não participar do encontro com o governador em exercício e divulgaram nota oficial explicando o motivo de não aceitarem o convite. “Os deputados entendem que o papel mais importante da Câmara Legislativa, neste momento, é concluir os processos de impeachment do governador e vice-governador e de quebra de decoro parlamentar de deputados flagrados na operação Caixa de Pandora, bem como apurar os atos de corrupção praticados no âmbito do GDF”, diz a nota. O texto acrescenta ainda que os deputados esperam com isso que “ocorra o quanto antes: o restabelecimento da normalidade institucional nos poderes Executivo e Legislativo do Distrito Federal; o afastamento de todos os envolvidos de seus cargos, com a consequente responsabilização prevista em lei; a rescisão de todos os contratos com indícios de superfaturamento, com a declaração de inidoneidade das empresas para contratar com o Poder Público e a devolução de todo o dinheiro público recebido de forma indevida; e a conclusão das obras em andamento e a manutenção dos serviços essenciais na forma da lei, para evitar transtornos e prejuízos à população distrital”. Na prática, a oposição não tem qualquer intenção de participar de algum tipo de operação de salvamento do mandato de Paulo Octávio. “Como é que a gente vai dar sustentação a um político que é alvo de ‘n’ processos de impeachment, que a gente vai ter de julgar, dizer se ele é culpado ou inocente? Em segundo lugar, há dois dias, ele dizia que iria renunciar. Depois, ninguém pode esquecer que o governador atrelado a Paulo Octávio está preso”, afirmou o deputado Paulo Tadeu.