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Assentados precisam ganhar mais Assentados precisam ganhar mais 22 FEV 2010 • POR • 03h31

Os microprodutores do Assentamento Itamarati, que respondem pela maior produção de leite em pequenas propriedades na região de fronteira, enxergam na atividade uma oportunidade de melhorar a condição de vida no campo. Mesmo sem receber o que deveriam, querem continuar produzindo. O assentado Vilmar Elias, do Grupo MST, disse que cuida de um resfriador que atende 60 produtores. Eles entregam diariamente 1.300 litros de leite. “Nosso leite é comercializado com o Laticínio Líder, que assumiu o Leite São Gabriel. Hoje o preço que recebemos livre pelo litro é de R$ 0,36, o que proporciona renda diária de R$ 468 e mensal de R$ 14 mil para as famílias, que é dividido de acordo com o que cada uma produz”. Diz que atualmente possui 32 cabeças de vacas leiteiras, mas já teve mais. “Hoje minha produção diária é de 100 litros/dia. O dinheiro que consigo com o leite serve para pagar as contas de casa no final do mês e sobra um pouquinho”, diz o assentado. Muitos vendem outros produtos para melhorar a renda, como a mandioca. O presidente da Associação dos Agricultores Cooperados “Núcleo de Resistência Eldorado dos Carajás”, Cleiton Alexandre Pereira Valencia disse que faz parte de um grupo de 19 famílias que produz 350 litros de leite/dia no Itamarati I. “É uma atividade que ajuda, mas o preço é muito baixo. Recebemos R$ 0,42, mas temos que pagar a energia e a pessoa que cuida do resfriador e, no final das contas, só recebemos R$ 0,38 por litro”. Cleiton fala que no inverno os laticínios chegam a pagar até R$ 0,60 pelo litro. “Mas nessa época do ano a produção cai muito e aumentam os custos. Acredito que a situação só melhoraria bem se o Governo nos garantisse um preço mínimo de R$ 0,50”. Ele disse que possui 15 vacas leiteiras que proporcionam renda mensal de R$ 200. “É uma ajuda que vem todo mês para quitar as dívidas”. (EJA)