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Economia Clima impede reajuste do frete em MS Clima impede reajuste do frete em MS 23 FEV 2010 • POR • 03h50

As chuvas estão segurando novos aumentos do frete em Mato Grosso do Sul, que já subiu em outros estados produtores do País. Há 12 dias a Associação do Comércio de Cereais de Mato Grosso do Sul estimou acréscimo de 40% nos preços do frete da safra em Mato Grosso do Sul. Cerca de metade do percentual já foi confirmado entre os meses de janeiro e fevereiro. O valor para o trajeto Dourados – Paranaguá, por exemplo, que era de R$ 100 em novembro – quando foram fechados os contratos de venda futura do grão – já está em R$ 120, ou seja, 20% mais caro que o praticado antes do início da colheita. “Só não subiram mais, atingindo os R$ 140 que previmos, por conta das chuvas – que têm reduzido a contratação. Com água a colheita para”, explica o presidente da Associação dos Cerealistas de Mato Grosso do Sul, Nari Bocchi. “Mas a previsão é de que a alta ainda chegue aos 40%, pois o forte da safra ainda não foi colhido e quando a chuva der trégua de, pelo menos, uma semana, vamos ver os preços dispararem com o corre-corre da colheita”, completa. Outro fator que deve encarecer o transporte de grãos no Estado é o leilão de frete realizado pela Conab, no último dia 11. Conforme Sérgio Rios, superintendente regional do órgão em MS, como as sete empresas que venceram a licitação não estão sediadas aqui, serão montados escritórios nos municípios dos lotes arrematados, para a contratação de mão de obra. “Eles devem enviar um representante a região com a finalidade de contratar caminhões para fazer o frete do milho que será retirado dos armazéns para dar lugar à atual safra de soja. Isso pode gerar concorrência”, prevê Rios, explicando que devem ser contratados por essas empresas tanto fretistas de Mato Grosso do Sul, quanto os que estão passando pela região na volta de entregas em outros estados. Brasil Com a colheita recorde de soja avançando nos principais estados produtores do grão mais produzido no Brasil, os preços para o transporte rodoviário da commodity tiveram alta acima do normal para esta época de escoamento da safra, afirmaram especialistas. Isso ocorre também em meio a uma colheita mais antecipada e concentrada este ano, com um volume maior do produto seguindo para os portos antes do normal, já em fevereiro, o que elevou a demanda por caminhões para transportar a oleaginosa. O Brasil deve ter uma safra de soja em 2009/10 de 66,7 milhões de toneladas, contra 57,2 milhões na temporada passada, de acordo com o Ministério da Agricultura. “Ano passado, pagava- se R$ 210 por tonelada de Sorriso (MT) para os portos, o dólar estava R$ 2,30, e isso equivalia a US$ 91 por tonelada. Hoje o mesmo frete está em R$ 235, com o dólar a R$ 1,82, dá US$ 129 por tonelada, aumento de 41% em dólar’, destacou João Birkhan, diretor da Central de Comercialização de Grãos da Famato, a associação dos produtores de Mato Grosso. (com informações de agências)