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SAÚDE Glândulas salivares são esperança no teste diagnóstico de Parkinson Glândulas salivares são esperança no teste diagnóstico de Parkinson 16 JAN 2013 • POR TERRA • 01h00

Cientistas desenvolveram o primeiro teste diagnóstico para detectar a doença de Parkinson. O exame utiliza uma amostra do tecido das glândulas salivares, encontrado sobre o maxilar inferior. As informações são do site do jornal inglês Daily Mail. Atualmente, não existem ferramentas para detectar a condição devastadora que afeta pessoas acima dos 50 anos. Descrito como um “grande passo à frente” para o tratamento, os cientistas sugerem que uma glândula salivar pode mostrar a doença. Anteriormente, foram demonstradas em autópsias de pacientes com Parkinson as proteínas anormais associadas com o Parkinson, que são constantemente encontradas nas glândulas salivares submandibulares, explicou Charles Adler, neurologista da Mayo Clinic, do Arizona. “Fazer o diagnóstico em pacientes vivos é um grande passo em nossos esforços para entender e tratar melhor os pacientes”, afirmou.

A doença de Parkinson é uma desordem neurológica crônica. Pessoas com essa condição não têm dopamina suficiente porque algumas células nervosas do cérebro acabam morrendo. Isto afeta a forma como o cérebro coordena os movimentos dos músculos em diferentes partes do corpo. A doença é progressiva e os sintomas pioram com o tempo. Muhammad Ali e Michal J. Fox são alguns dos famosos que enfrentaram a doença. O estudo, que será apresentado no encontro anual da American Academy of Neurology em São Diego no próximo mês de março, envolveu um grupo de pacientes idosos que sofrem de Parkinson por cerca de 12 anos. Eles estavam respondendo às medicações e não apresentavam nenhum problema nas glândulas salivares. Foram retiradas biópsias submandibulares e nas glândulas salivares próximas ao lábio inferior. Os tecidos foram testados quanto à evidencia da proteína anormal de Parkinson.

Thomas Beach, do Banner Sun Health Research Institute disse que o procedimento proverá diagnósticos muito mais precisos do que os decorrentes dos métodos disponíveis atualmente. “Um dos maiores impactos dessa descoberta está nos ensaios clínicos, porque hoje muitos pacientes participam de ensaios clínicos de Parkinson sem necessariamente tem a doença, e isso é um grande obstáculo para se testar novas terapias”, pontuou. A proteína anormal de Parkinson foi detectada em nove de onze pacientes testados. Embora a doença nao tenha cura, os medicamentos podem melhorar os sintomas. Os especialistas alertam que, embora este seja um conceito interessante, ainda são necessários novos estudos que mostrem como inserir este tipo de teste na prática clínica.