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Cidades Crise derruba preço da reciclagem Crise derruba preço da reciclagem 24 FEV 2010 • POR • 06h49

A crise mundial atingiu em cheio o setor de reciclagem. No final de 2008, o setor entrou em crise e só agora está começando a ter estabilidade. O quilo da lata de alumínio, que antes era vendido por até R$ 3,20, chegou ao preço mínimo de R$ 1,70 e hoje estabilizou na média de R$ 2,25. De acordo com o empresário Marcelo Michellis, o setor da reciclagem foi um dos mais prejudicados, chegando até mesmo a parar as compras. “O setor siderúrgico parou as compras por dois meses e a sucata de ferro, que anteriormente alcançava preço de até R$ 0,35 chegou ao valor R$ 0,12 por quilo”. O empresário lembra que o setor ainda não melhorou, mas está tomando fôlego aos poucos. “Hoje o preço da sucata já está em R$ 0,18, mas acredito que ainda pode melhorar”, ressalta. A compra de papelão e plást icos também sofreu grandes perdas. No auge da crise, era vendido por R$ 0,06 com preço atual de R$ 0,12 . Para Renne Lodi, que trabalha somente com a compra de papéis e plásticos na Capital, agora já é possível respirar. “Sofremos muito com a queda dos preços, alguns depósitos tiveram que fechar as portas e catadores pararam de entregar, já que não compensava mais”, explica o empresário. O catador Antônio sofreu as instabilidades do setor, mas resistiu e ainda hoje trabalha com o carrinho nas ruas da cidade. Com a coleta de recicláveis nas ruas e no comércio, ele já chegou a ganhar R$ 2 mil mensais, renda que caiu para R$ 600 e hoje com a retomada do setor, chega a R$ 1 mil. “A crise foi forte mas eu não sei fazer outra coisa na vida, só sei mexer com reciclagem. Tive que esperar a crise passar e hoje temos mais esperanças de que vai melhorar”, comemora.