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Saúde Crianças devem esperar até os três anos para comer chocolate Crianças devem esperar até os três anos para comer chocolate 19 MAR 2013 • POR terra • 00h00

Com a Páscoa chegando, surge um novo desafio na vida dos pais: controlar o consumo de chocolate pelos pequenos. Se até mesmo para os adultos é difícil resistir às guloseimas, segundo especialistas em nutrição, com as crianças é preciso ter um cuidado ainda maior. Isto em razão do alto teor de gordura deste doce.

Segundo a presidente da Federação Nacional dos Nutricionistas, Maria Terezinha Govinatzki, não há benefícios na ingestão de chocolate para as crianças. Porém, como é uma data festiva, de socialização, em que os pequenos estão em um ambiente onde todos trocam chocolates, é necessário controlar o consumo. “A orientação é que a criança coma pouco. Os pais precisam dar limites e optar por ovos de Páscoa que tenham pouco chocolate, sem recheio. Uma boa alternativa são os ovos que contêm biscoitos e wafers”, indica.

Além do alto teor de gordura, o chocolate pode causar alergia e problemas gastrointestinais. “Depois do segundo ano, até podemos dar achocolatado em pó no leite, mas o chocolate mesmo não entra na lista de alimentos que compõem a dieta infantil”, recomenda a nutricionista. “Antes desta idade é agressivo para a saúde do bebê”, reforça.

O chocolate contém substâncias que podem desenvolver um quadro alérgico, sem contar que é um alimento com oxalato de cálcio, uma substância que pode vir a causar o aparecimento de cálculo renal no organismo. A recomendação vale tanto para os pais quanto para os filhos. “Em geral, pode comer moderadamente. Somente a pessoa com tendência a gordura no sangue não deve ingerir chocolate”, alerta Maria Terezinha.

Apesar de permitido após o primeiro ano, não é recomendado que os pais ofereçam chocolate antes dos três anos, de acordo com nutricionista responsável pela clínica Nutrikids, Susy Graff. “Não costumamos dar para a criança chocolate todos os dias, nem é recomendado. O consumo não deve exceder 30 gramas (o equivalente a dois bombons)”, afirma a especialista em nutrição infantil.

Para os adultos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) libera o consumo diário de no máximo 50 gramas, por ser um alimento funcional, composto por pasta e manteiga de cacau, ingrediente que traz benefícios a saúde. Contudo, de acordo com Susy, apesar do chocolate ser um alimento energético e rico em cálcio, ele não oferece benefícios na dieta infantil. “Não é como uma fruta. Costumamos orientar a ingestão de chocolate de uma a duas vezes por semana. O excesso pode causar aumento de colesterol e peso e trazer alguns problemas de saúde”, explica.

As nutricionistas indicam os chocolates do tipo ao leite, com preferência para os brancos, com menor teor de cacau. E pedem que as mães combinem com a família para que as cestas de Páscoa sejam menores. Além disso, orientam para que a higiene dental receba atenção especial nesta época.