Logo Correio do Estado

Política Bola dividida Bola dividida 24 FEV 2010 • POR • 07h01

O teatro pode mesmo mudar a vida de um artista. Que o diga Carolina Chalita, a sisuda Susana de “Viver a vida”, da Globo. A atriz, que sempre se dedicou mais aos palcos, foi convidada para fazer uma participação de 10 capítulos na novela depois de ser vista no espetáculo “Festa de família”, dirigido por Bruce Gomlevsky, em cartaz atualmente em São Paulo. E já se dava por satisfeita quando assinou o contrato até abril depois que o autor Manoel Carlos decidiu manter sua personagem na história. Agora, com o término do namoro do arquiteto Jorge, de Mateus Solano, sócio de Susana na história, com a paraplégica Luciana, de Alinne Moraes, a tendência é que seu destaque no folhetim cresça ainda mais. “Não sei o que vai acontecer, mas o momento é bem propício para que esquente a rivalidade entre a Susana e a Paixão, de Priscila Sol. Acho que agora pode começar uma disputa meio ‘quem vai ficar com Jorge’”, torce. Carolina sabe que a sorte conspirou a seu favor. Mas não disfarça a autoconfiança ao falar sobre o espaço conquistado em “Viver a vida”. “Trabalho como atriz há 10 anos. Hoje colho os frutos dessa jornada de muito esforço e dedicação”, valoriza. E garante que não se assusta com uma das grandes diferenças entre os palcos e a televisão: o reconhecimento do público. “Adoro quando conversam comigo sobre a novela. O que mais busco é cativar os telespectadores. Seja para que torçam pela Susana ou para que a detestem”, justifica. A linha tênue que divide o caráter de sua personagem na trama aumenta ainda mais a motivação de Carolina. Isso porque, apesar de não ser definida como uma vilã no triângulo amoroso entre os patrões e a estagiária, Susana tem características que sustentariam essa posição no ar. “Existe um potencial de vilã ali, sem dúvidas. Mas não sei até que ponto esse lado poderia ser desenvolvido. Por enquanto, estou tentando deixá-la o mais humana possível. Ou seja, com erros e acertos”, pondera. A satisfação evidente de Carolina com a repercussão de seu trabalho é mais do que justa. A atriz não é exatamente uma novata na TV, já que marcou presença em duas novelas de emissoras concorrentes. Primeiro no SBT, em “Maria Esperança”, em 2007, quando encarnou a secretária Karina. “Era um papel pequeno, mas eu buscava aprendizagem. Ia de ônibus para gravar em São Paulo e aparecia pouco”, lembra. Logo em seguida, fez testes na Record e conquistou a vaga para interpretar a repórter Marialva em “Caminhos do coração”. “Mas nunca assinei um contrato com qualquer emissora. Esse foi meu primeiro. Sempre ganhava por participação”, esclarece ela, que também interpretou uma prostituta em um dos episódios do seriado “A lei e o crime”, também da Record. Em meio a tantas alegrias, apenas um detalhe consegue apagar o sorriso em seu rosto. Com o ritmo quase de “tempo real” que Manoel Carlos adota ao escrever “Viver a vida” para aproximar a novela dos assuntos do dia a dia fora da ficção, nem sempre consegue atuar em “Festa de família”. Por conta disso, uma atriz “stand in” fica disponível para substituí-la nos dias em que Carolina não pode estar em São Paulo. “Fico triste, mas nem sempre a gente pode ter tudo que deseja ao mesmo tempo. E entro em cena sempre que eu posso”, lamenta ela, que também dedica parte de seu tempo ao grupo Cutelaria de Teatro, que estreou recentemente, no R io de Janeiro, sua primeira peça, “Sr. Fox”.