Logo Correio do Estado

Médicos trocam socos na hora de parto Médicos trocam socos na hora de parto 25 FEV 2010 • POR • 04h29

Dois médicos trocaram socos, depois de discutir, na disputa para fazer um parto. A gestante, que assistiu à cena, deu à luz um bebê morto e o caso, que ocorreu às 23h de segunda-feira no Hospital Municipal de Ivinhema, está sendo investigado pela polícia como “morte a esclarecer”. O pai da criança, o bombeiro militar Gilberto de Melo Cabreira, 32 anos, disse à polícia que na ocasião levou sua esposa Gislaine de Mato Rodrigues Santana, 32, para o hospital onde seria feito o parto do filho. A mãe foi acompanhada pelo médico Orozimbo, que era o responsável pelo pré-natal e faria a cirurgia cesariana da gestante. O profissional teria iniciado os trabalhos quando o méd ico pla nton ist a do hospital, identificado como Sinomar, entrou na sala e passou a discutir com Orozimbo. Ele teria desaprovado o fato de o médico de Gislaine estar à frente da cesaria na. O desentend imento evoluiu e os médicos se agrediram na frente da paciente que estava em trabalho de parto. O procedimento foi interrompido e, retomado apenas uma hora depois quando um terceiro médico fez o parto do bebê, que nasceu morto. Para os pais, a criança morreu porque a gestante ficou nervosa em função da briga. Conforme o delegado Lupércio Degerone Lucio, foi instaurado um inquérito para apurar se o desentendimento entre os profissionais foi o que provocou a morte da criança. “A placenta foi encaminhada à biópsia e o feto submetido a exame necroscópico”, explicou. De acordo com nota de esclarecimento divulgada pela Prefeitura de Ivinhema os médicos eram plantonistas do hospital e foram “dispensados” após o episódio. Questionado, o assessor jurídico do Conselho Regional de Medicina (CRM), André Borges, disse que deverá ser instaurada sindicância para apurar se os profissionais deixaram de agir conforme o código de ética da categoria e, se condenados podem até ter o diploma cassado.