Em entrevista ao jornal Amambay noticias, Dhionatan Celestrino, de 21 anos, conhecido como “Maníaco da Cruz”, afirmou que cometeu três assassinatos por dinheiro. “Recebia de uma pessoa que era minha amiga. Eu era pistoleiro”, revelou.
Questionado sobre o porquê deixava as vítimas em posição de cruz, Dhionatan explicou que era uma forma de despistar a polícia. “Assim iriam pensar que era um serial e não um pistoleiro”.
Sobre seu futuro, o jovem diz que não tem medo de morrer. “Não sei se vou viver. Meu único medo é minha mãe ficar muito nervosa”.
Vida no Paraguai
Após a fuga da Unei, onde estava internado desde 2008, Dhionatan disse que ligou de um telefone público para um amigo que havia conhecido dentro da unidade e pediu apoio para fugir da cidade. Este amigo, que ele não quis identificar, arrumou um veículo e o levou direto para a cidade de Horqueta, onde se hospedou na pensão em que foi preso. Dionathan não quis informar quem arrumou dinheiro, usado tanto para a sua fuga como também para se manter na cidade até arrumar emprego.
Questionado se seus familiares ajudaram na fuga, ele informou que não e que não havia entrado em contato com a sua mãe até aquele momento.
“Eu completei três anos de cárcere em 2012 e agora tenho 21 anos. Esperei o Estado buscar pra mim uma clínica onde eu seria internado, porem não arrumavam essa clínica e assim queriam que eu ficasse esperando e eu fui cansando e por isso resolvi fugir e seguir minha vida de outra maneira”, afirmou Dionathan Celestrino.
Em outro momento, o jovem disse que desde que fugiu da UNEI ele perdeu o contato com Brasil e começou uma nova vida naquela cidade, fazendo novas amizades, estava aprendendo Espanhol e Guaraní e que iria se preparar para fazer faculdade, quem sabe até medicina.
“Nunca pensei em retornar a Rio Brilhante (local onde cometeu os três assassinatos), minha vida iria seguir aqui mesmo, queria mudar de vida, ter uma nova vida, mas gostaria muito de encontrar minha mãe, e estava fazendo bons amigos por aqui e minha vontade era mudar de vida” disse Dionathan.
Perguntado se tinha vontade de voltar a matar, Dionathan disse firmemente que não, dizendo ainda que todas as noites saía com amigos e amigas, tomava tereré, ia na academia sem nenhum problema, chegou até a comprar um aparelho de celular e uma amiga arrumou um chip para ele onde navegava na internet e ficava sabendo das coisas do Brasil.
Futuro indefinido
O secretário de Estado de Justiça e segurança pública, Wantuir Jacini informou à reportagem do Correio do Estado que aguarda uma decisão do juiz para definir o futuro de Dhionatan Celestriano, de 21 anos, o “Maníaco da Cruz”.
“Enquanto o juiz não toma a decisão, ele [maníaco] aguarda na delegacia de polícia, em local isolado, mas não como preso”, esclareceu o secretário. Como amanhã é feriado, Jacini acredita que uma decisão deve ser tomada apenas na quinta-feira.
Uma das hipóteses é de que o juiz determine um prazo para que o Estado encontre uma clínica para o jovem, já que existe uma ordem de internação dada pelo Tribunal de Justiça.
Imbróglio
Detido em uma Unidade Educacional de Internação (Unei) desde 2008, quando cometeu três homicídios, em Rio Brilhante (MS), Dhionatan cumpriu os três anos máximos de medida socioeducativa e, a partir daí, começou o imbróglio sobre seu destino.
Ele continuou internado, indevidamente, na Unei por decisão da Justiça, até que o Estado encontrasse uma unidade psiquiátrica compatível com a sua condição e com o tratamento a que deveria ser submetido.
Como isso não aconteceu, ele permaneceu na Unei, em Ponta Porã, até o dia 3 de março, quando fugiu e ficou foragido no Paraguai. No fim de semana, a polícia paraguaia encontrou o rapaz, que foi entregue ontem à Polícia Federal brasileira.
(Com informações do Amambay Notícias e do Cone Sul News)