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Política Nada caricata Nada caricata 25 FEV 2010 • POR • 04h37

Quando Lauro César Muniz começou a escrever a novela “Poder paralelo”, Francisca Queiroz logo se interessou em participar. Mas, como na época estava reservada para outro trabalho na Record, a atriz deixou de lado o assunto. Há pouco mais de dois meses, no entanto, ela recebeu o inesperado convite para viver a provocante Antônia, ex-mulher de Rafael, de Floriano Peixoto, no folhetim. “Sempre tive vontade de interpretar um texto do Lauro César, que não é muito convencional. E a Antônia é uma personagem que foge do meu repertório e me permite explorar novos recursos”, empolga- se. A personagem de Francisca entrou na história para atrapalhar o relacionamento de Rafael e Maura, de Adriana Garambone. Impetuosa e com personalidade forte, Antônia acabou ganhando mais destaque na trama e também passou a investir em Tony, de Gabriel Braga Nunes. “Faço uma mulher contemporânea, que só quer aproveitar a vida. É uma personagem que lida com o sexo, a liberdade e a sedução de uma maneira diferente”, defende. Para compor o papel, Francisca garante que não precisou ir muito longe. Bastou acompanhar algumas amigas mais arrojadas e manter a mente aberta. “A Antônia reflete uma tendência atual, em que as mulheres estão cada vez mais soltas. Acho que a novela ajuda a quebrar o paradigma de que só o homem tem direito à liberdade sexual”, filosofa. Para tratar o tema de forma mais leve, Francisca tenta inserir um tom de comédia sempre que possível em suas cenas. Mesmo que a novela siga um estilo mais sério. “Seria um desperdício não dar um toque de humor ali. As pessoas recebem melhor uma ideia quando ela é colocada de forma bemhumorada”, considera. E o interesse da atriz pela comédia não é de hoje. Fã assumida do gênero, a atriz lamenta não ter tido muitas oportunidades de praticar ao longo de sua trajetória. “É algo que falta ser mais explorado na minha carreira. É onde eu me divirto de verdade”, confessa. Com uma carreira de nove anos na TV, Francisca se orgulha de ter interpretado um leque diversificado de personagens, que inclui mocinha, vilã, mulher de época e deficiente físico. Nesse tempo, ela já trabalhou nas três maiores emissoras brasileiras: Globo, SBT e Record. E esse fato é mais um motivo de orgulho para a atriz. “Sou uma profissional que tem liberdade de buscar emprego em outros lugares. Meus contratos nunca foram longos, mas nunca me faltou trabalho”, afirma. Para ela, o que importa são os papéis interpretados. “O mais interessante é o personagem, os conflitos que ele apresenta. O resto é efêmero”, garante. Francisca começou sua carreira na TV em 2001, na minissérie “Os Maias”, da Globo. Mas foi apenas no ano passado que teve a chance de interpretar sua primeira protagonista, a delegada Catarina do seriado “A lei e o crime”, da Record. Seletiva com os papéis que interpreta, a atriz conta que sua maior preocupação é fazer sempre algo novo. “Dou prioridade a personagens interessantes. Já cheguei a recusar vários. Não gosto de repetir perfis”, avisa. Sempre crítica em relação ao seu trabalho, Francisca conta que está constantemente analisando suas cenas para encontrar elementos que possam melhorar. “Antes me flagelava demais, mas hoje já consigo ser mais legal comigo. Sei exatamente o degrau da escada que ocupo”, pondera. Depois de interpretar a delegada Catarina no seriado “A lei e o crime”, Francisca Queiroz se prepara para levar a personagem às telas do cinema. Este ano, ela começa a gravar o longa-metragem baseado na produção da Record. “É prazeroso ver essa continuidade porque TV é um trabalho que a gente faz e muitas vezes fica esquecido. Já no cinema, o papel fica eternizado”, compara a atriz, que já fez cinco filmes e garante que a tela grande é uma das paixões de sua vida.