A presidente Dilma Rousseff criticou hoje os "pessimistas de plantão" ao entregar as obras do Mané Garrincha, em Brasília, a menos de um mês do início da Copa das Confederações. O estádio sediará o jogo de abertura da competição, no próximo dia 15 de junho, entre Brasil e Japão."Esse estádio mostra a capacidade que nós brasileiros temos, juntos, de realizarmos aquilo que muitos pessimistas de plantão dizem sempre que nós não somos capazes. Por isso, a gente vai acumulando vitórias", disse a presidente. O estádio, com capacidade para 72 mil torcedores e erguido ao custo de R$ 1,2 bilhão, teve sua inauguração adiada duas vezes e ainda está inacabado. E, como a Folha de S.Paulo mostrou na edição de hoje, terá que trocar o gramado para a Copa-2014, a um custo extra de R$ 4,5 milhões.
Complexo de vira-lata
Falando para uma plateia de cerca de 500 convidados, numa sala dentro do estádio, Dilma fez uma homenagem a Garrincha, ex-jogador do Botafogo e que dá nome ao estádio. A Fifa, organizadora da Copa das Confederações e da Copa-2014, decidiu que não usará oficialmente o nome do craque na divulgação oficial das competições. Segundo a entidade, a competição é internacional e é necessário que o nome das arenas tenham "consistência".
"[O nome do estádio] é uma homenagem a um atleta brasileiro, gênio na arte do futebol, um grande improvisador, que tinha na imensa capacidade de jogar futebol sua arma para demonstrar para o mundo e para o Brasil aquilo que o nosso grande cronista esportivo, Nelson Rodrigues, disse que o Brasil tinha que superar, que era seu complexo de vira-lata", afirmou a presidente.
A cerimônia de inauguração, formal e simples, teve como principal atração a presença da presidente e de outras autoridades. A inauguração de fato ocorrerá nesta tarde, com a final do Campeonato Brasiliense, entre Brasília e Brasiliense. Para essa partida, somente um terço do estádio estará liberado para a torcida. Ao todo, foram disponibilizados 22 mil ingressos, a maioria deles para operários e familiares. A solenidade com a presidente teve momentos de constrangimento. Quando Dilma pisou no gramado, ao lado de quatro crianças, do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de outras autoridades, o sistema de som do estádio simulou, em alto volume, barulhos de explosão. Além de diversos ministros, entre as autoridades presentes estava Roberto Azevedo, recentemente eleito para presidir a Organização Mundial do Comércio.