Enquanto se discute uma lei estadual de pesca que pode comprometer a ictiofauna do Pantanal, cada vez mais a pesca de captura está saindo do foco com os pescadores esportivos do Estado e outras regiões optando pelo pesque e solte, modalidade implantada em 2004. Essa modalidade de pesca começa dia 1º de fevereiro exclusivamente no Rio Paraguai, principal curso d´agua da planície pantaneira. O troféu é a fotografia do peixe, e a emoção, o fisgar de um dourado, pacu ou pintado. O turista que compra pacotes nos barcos-hotéis de Corumbá, por cinco dias, cada vez mais prefere contemplar o belo passeio e a natureza do que completar sua cota. É uma constatação relatada em depoimentos dos pescadores enviados às agências de turismo. Os empresários do setor que apostaram no segmento estão comemorando crescimento do pesque e solte a cada ano. “Os clientes, pais e filhos, pedem o fim da pesca esportiva e essa cobrança é ma ior entre os estra ngeiros. Só o governo não enxerga isso”, diz Raquel Amaral R ibeiro, que vai operar fevereiro com oito viagens em seus dois iates. Maior estrutura de pesca esportiva em água doce, Corumbá reaquece seu turismo no próximo mês com pelo menos 30% dos barcos-hotéis de volta ao Rio Paraguai. Antes do pesque e solte, o turismo de pesca cessava por quatro meses na piracema, desempregando cerca de três mil pessoas. Época também para manutenção e reparo das embarcações. “O longo período de inatividade representava gastos. Agora, temos um mês a mais para trabalhar”, afirma o empresário Geraldo Veríssimo Júnior, presidente da Acert (Associação Corumbaense das Empresas de Turismo). Ele liderou um movimento na região contra a lei de pesca em discussão na Assembleia Legislativa e apoia a cota zero para a pesca esportiva. Viagem fantástica O pesque e solte usa a mesma rota da pesca esportiva. Os barcos sobem o rio até a divisa com Mato Grosso, navegando cerca de 250 quilômetros, no coração do Pantanal. Região riquíssima em fauna e flora e águas transparentes, que abrigam o amazonense tucunaré. Conhecer a Serra do Amolar vale pelo passeio. O silêncio na natueza não tem preço! A agência Raquel Tur abre a temporada com os barcos Indiaporã II e Indiaporã III, com um total de 38 passageiros, a maioria de São Paulo, e opera o mês inteiro. O Albatroz, da empresa Arara Pantaneira, o Paola, da JDS Turismo, e o Millenium, do O Pantaneiro, saem na primeira semana. O Kayama Vip, da Joyce Tur, também vai operar por quatro semanas. Os barcos-hotéis oferecem todo conforto (camarotes com ar-condicionado), além de piloteiros experientes e conhecedores da região pantaneira. Os preços dos pacotes variam de R$ 2 mil a 2,5 mil por pessoa, incluindo todas as despesas (bebida, alimentação, isca, bote, combustível e translado). As agências oferecem descontos de até 15% para grupos. Serviço Para se informar sobre as agências de turismo que estão operando com o pesque e solte, no Pantanal de Corumbá, ligue para a Acert (3231.1541) ou Fundação de Turismo (3231.2886/3232.5221). Ou acesse os sites www.raqueltur.com e www.joycetur. com.