Três dias após as entidades médicas abandonarem as comissões do governo federal apontando um "rompimento de diálogo" por parte do governo federal, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) negou que tenha ignorado a categoria.
Hoje, ele se defendeu das críticas de que o governo teria ignorado as entidades médicas ao desenhar o programa.
"Desde o começo desta iniciativa, nós constituímos diálogo com as entidades médicas. Não tem concordância sobre as propostas. Eu sou médico, mas estou ministro a Saúde, e tenho de pensar na saúde da população, antes de qualquer interesse de entidade profissional", afirmou Padilha, durante viagem ao Pará.
Na sexta-feira, o CFM (Conselho Federal de Medicina), a AMB (Associação Médica Brasileira), a Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e a ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes) anunciaram que deixariam as comissões temáticas que integram nas áreas de saúde e educação do Executivo, como reação à medida provisória que criou o programa Mais Médicos.
Além do afastamento de comissões, o CFM entrou com ação na Justiça para suspender o programa. A Fenam também finaliza uma ação judicial, que deve ser apresentada esta semana.
As entidades criticam pontos centrais do Mais Médicos - a abertura à vinda de médicos estrangeiros sem revalidação do diploma e a ampliação do curso de medicina, com dois anos extra de serviços prestados ao SUS - e a forma como ele foi lançado - por medida provisória e sem amplo sobre seus pontos.