Entre os inúmeros bonsaístas de Campo Grande, o médico veterinário, Leonardo Moraes Bonito, de 33 anos, teve uma ideia bastante criativa: cultivar bonsais de espécies características do cerrado de Mato Grosso do Sul. A coleção, ainda pequena, é formada por um ipê-roxo, uma aroeira e um pé de guavira. Todos têm cerca de cinco meses e ainda não têm forma de bonsai, “mas o trabalho já se iniciou”, afirma o veterinário. “Recebi uma muda de ipêroxo de uma tia. Ela sabia que eu cultivava bonsais e achou que seria interessante fazer um dessa espécie”, conta Leonardo. A segunda integrante da coleção foi a aroeira. “Um rapaz limpava o terreno da minha mãe e me avisou que havia uma aroeira”, explica. A última espécie a entrar foi a guavira, que Leonardo encontrou em uma viagem a Rochedo. Para o médico veterinário, o cultivo das espécies em bonsai é uma forma de proteger as árvores da ação humana. “A devastação ambiental provocada por nós é cada vez maior. Manter esses exemplares é uma forma de preservação”. Com o tempo, Leonardo pretende aumentar sua coleção e, se possível, incorporar espécies raras da flora sul-mato-grossense, como a Peroba. Presente Leonardo iniciou a arte do bonsai em 2008. No ano seguinte, participou de um curso ministrado pelo floricultor Júlio Sato, desde então, vem cultivando pequenas árvores que vão de jaboticabeiras a pinheiros japoneses. O que lhe chamou a atenção neste cultivo foi a duração que cada árvore tinha. “Elas mantêm a mesma longevidade de uma planta comum, ou seja, existem algumas que podem viver até cem anos”, empolga-se. Para ele, essa longa duração de vida, permite que os bonsais sejam presentes tão estimados quanto joias. “Imagine só chegar na casa de alguém, ver aquele bonsai imponente e saber que ele está na família há cinquenta, sessenta anos”, finaliza o médico. (TA)