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Cidades Maus-tratos causam a morte de criança Maus-tratos causam a morte de criança 2 MAR 2010 • POR • 06h42

Rafaela Dutra de Oliveira Porto, de apenas 3 anos, morreu na manhã de domingo, vítima de maus-tratos. A agressão é atribuída ao padrasto, identificado pela polícia como H.C.F, de 25 anos. Também é apontada a participação da mãe da criança, R.D.O, de 22 anos. Os dois foram presos em flagrante. A menina apresentava lesões na cabeça e no corpo, conforme atestou o exame feito no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol). Ela chegou a ser levada para a Santa Casa, mas morreu no hospital. No dia 10 de fevereiro, boletim de ocorrência denunciando a violência contra a menina foi registrada na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Por volta das 6h30min de anteontem, a criança foi levada para a Santa Casa e, às 8h, a funerária de plantão foi acionada, assim como a autoridade policial, para registrar a morte. O delegado Cláudio Zotto acompanhou a autópsia, no qual o médico legista atestou que a criança havia sofrido ferimentos na cabeça e em outras partes do corpo. No boletim de ocorrência não há detalhes sobre as outras marcas encontradas. Durante depoimento do padrasto e da mãe, que moram no Bairro Amambaí, houve divergências nas versões apresentadas. O padrasto relatou à polícia que estava sozinho com a vítima e pediu para ela lavar as mãos. Como estava demorando para voltar, o homem foi verificar o que havia acontecido e encontrou a menina caída, desacordada, no banheiro. Ele então chamou a mãe e esta, ao chegar ao local, saiu da casa e parou um carro para ajudá-los e levar a criança para o hospital. A mãe também foi ouvida, mas houve contradição nos depoimentos. Não foi detalhada a versão apresentada pela mulher. Diante da suspeita, policiais foram até a residência da família. O local estava em “total desordem”, com sinais de falta de higiene, o que também caracterizaria maustratos contra a criança. Foram apreendidos utensílios, roupas, agendas, entre outros objetos que podem auxiliar na investigação do caso. Reincidência A suspeita de que a criança era vítima de maus-tratos foi confirmada em boletim de ocorrência registrado no dia 10 de fevereiro. Denúncia anônima levou integrantes do SOS Criança à casa da família. No entanto, o alerta não foi suficiente para evitar a morte. O Conselho Tutelar informou, ontem, por telefone, que não poderia falar sobre o caso.