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EUA País investigará presidenciável por mau uso de fundos para vítimas da Sandy País investigará presidenciável por mau uso de fundos para vítimas da Sandy 13 JAN 2014 • POR FOLHA PRESS • 21h00

Após estourar o escândalo sobre o bloqueio de uma ponte por razões políticas, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, principal promessa do Partido Republicano para a Casa Branca em 2016, será agora alvo de uma investigação federal sobre o uso dos recursos destinados às vítimas da supertempestade Sandy, em outubro de 2012.

Segundo a CNN, a suspeita é de que Christie tenha usado US$ 2 milhões de parte dos fundos federais para as vítimas em propagandas na qual aparecia com sua família para promover o turismo no Estado em ano de eleições.

A campanha publicitária, financiada com recursos federais, custou US$ 25 milhões -US$ 2 milhões a mais do que o valor de uma propaganda aprovada por concorrência, e sem a família de Christie.

Se confirmado o desvio, o impacto deve ser ainda maior para sua imagem pública do que o caso apelidado de "Bridgegate".

O governador é um dos nomes republicanos mais bem cotados para a disputa presidencial, sendo um dos únicos possíveis candidatos capazes de ameaçar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton -principal aposta democrata.

Uma pesquisa da CNN divulgada no fim de dezembro apontava um empate técnico entre Christie, com 48% das intenções de voto, Hillary, com 46%.

A suspeita foi levantada pelo deputado democrata por Nova Jersey Frank Pallone, que enviou um pedido, em agosto passado, para que o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano investigasse o possível desvio. O relatório final pode durar meses.

O caso seria ainda mais emblemático considerando que a resposta do governador à passagem da supertempestade foi considerada exemplar na época -o republicano chegou a aparecer ao lado do democrata Obama, visitando vítimas da Sandy, semanas antes da reeleição do presidente. Estima-se que o episódio tenha tido também um peso importante na sua reeleição como governador, em 2013.

A supertempestade matou ao menos 159 pessoas e destruiu mais de 650.000 casas em outubro de 2012.

Ponte

Christie já enfrenta uma investigação federal por conta do controverso bloqueio de uma ponte.

Na última semana, foram revelados e-mails que sugerem que assessores próximos de Christie ordenaram o fechamento de duas pistas de acesso à George Washington -que liga Fort Lee, em Nova Jersey, a Manhattan, e é a ponte mais movimentada do mundo- por razões políticas. 

Dias antes da reeleição do governador republicano, a ponte teria sido bloqueada em retaliação ao prefeito de Fort Lee, o democrata Mark Sokolich, que não apoiou Christie.

Os moradores enfrentaram um engarrafamento recorde com o bloqueio.
Nas mensagens divulgadas, a então vice-chefe de gabinete do republicano, Bridget Anne Kelly, avisa a um dos responsáveis pelo tráfego na ponte que era "hora de alguns problemas de tráfego em Fort Lee".

Mensagens posteriores chegam a esboçar uma possível preocupação com as crianças que poderiam perder aulas por conta da ação.

"Eles são os filhos dos eleitores de Buono", responde o destinatário do email de Kelly, David Wildestein. A referência é à democrata Barbara Buono, que disputou o governo do Estado com Christie.

O governador passou quase duas horas se explicando a jornalistas no dia seguinte ao vazamento, disse que foi traído e enganado por assessores. Ele negou que sabia das razões o bloqueio e demitiu sua vice-chefe de gabinete.