Mais dois funcionários dos Correios passaram mal ontem, após o vazamento de cloreto de tionila (substância altamente tóxica e letal) que partiu de uma encomenda postada irregularmente, com destino à Universidade de Brasília (UNB), no Distrito Federal.
Agora, sobe para cinco o número de funcionários que receberam atendimento médico, em razão do incidente. Todos ficaram em observação e foram liberados. Dois deles chegaram a receber soro.
A substâcia foi descoberta no Centro de Triagem dos Correios, na tarde de terça-feira, quando um forte odor exalou da caixa de papelão. Nela, estavam três frascos de vidro com um litro do cloreto de tionila cada.
O transporte deste tipo de produto deve ter autorização especial. Os Correios não informaram o nome do remente da encomenda, postada em uma agência no Bairro Tiradentes.
Os produtos foram adquiridos por um professor do departamento de química da UNB, que alegou que a entrega seria feito pela própria importadora.
A Polícia Federal investiga o caso. Embora seja utilizado para fins industriais na produção de fármacos e substâncias agroquímicas, o cloreto de tionila também pode ser utilizado em laboratório de refinaria de drogas.
Perigo
Os bombeiros foram acionados pelos funcionários dos Correios e utilizaram roupas especiais para a remoção da substância por meio de uma manta absorvente. O produto é tão nocivo, que até mesmo parte do solo onde houve o contato foi removido para evitar a contaminação do lençol freático.
A operação demorou aproximadamente quatro horas. O contato com a substância tóxica pode levar a morte.