O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) decidiu ontem (22) acatar denúncia do Ministério Público contra o ex-senador Demóstenes Torres (Ex-DEM) pela prática de oito crimes de corrupção.
A decisão aconteceu por unanimidade entre os desembargadores do TJ-GO, que também decidiram abrir processo contra o bicheiro Carlos Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira, por corrupção ativa, ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta.
No texto da denúncia formulada pelo MP goiano, Demóstenes é acusado de receber vantagens indevidas como viagens em aeronaves particulares e quantias em dinheiro em virtude do cargo que mantinha de senador, entre o período que vai de junho de 2009 e fevereiro de 2012.
O ex-senador é acusado de receber R$ 5,1 milhões em dinheiro de Carlinhos Cachoeira e garrafas de bebidas de alto custo (R$ 14 mil), além de eletrodomésticos de luxo.
Na tese do MP, Demóstenes pode amargar até 16 anos de cadeia caso todos os crimes sejam acatados pela Justiça e as penas somadas.
Pelo crime de corrupção ativa Carlinhos Cachoeira e Cláudio Abreu também podem pegar entre dois e 12 anos de reclusão, além de multa, segundo cálculos do MP.
Os desembargadores do TJ-GO também decidiram derrubar a tesa de que as escutas telefônicas que incriminavam Demóstenes e os outros dois acusados, que a defesa alegava não terem autorização judicial em virtude do cargo de senador do acusado. Os advogados de defesa defendiam que o Ministério Público não tinha atribuição para comandar investigação criminal contra Demóstenes.
A versão foi rejeitada pelo relator do processo, desembargador Leandro Crispim, que votou também em favor da quebra do sigilo fiscal do ex-senador e pela perda do exercício do cargo de procurador de Justiça de Goiás.
Apesar da aceitação da denúncia, o TJ-GO decidiu analisar posteriormente os dois itens.