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CAMPO GRANDE Decisões conflitantes mantêm 'rolezinho' incerto Decisões conflitantes mantêm 'rolezinho' incerto 25 JAN 2014 • POR DA REDAÇÃO • 00h00

Confirmado na rede social Facebook, o “Rolezinho no Shopping Campo Grande”, marcado para amanhã, segue com realização incerta. Há duas decisões, em caráter liminar, conflitantes. A primeira, da 4ª Vara Cível, da noite de quinta-feira, proíbe o encontro no centro comercial e, ainda, estipula multa de R$ 1 mil para os organizadores caso participem. A decisão mais recente, do início da noite de ontem, é do juiz da Vara de Infância e Juventude, Roberto Ferreira Filho, que libera o evento. Ambas, todavia, determinam a participação da Polícia Militar.

Na decisão de ontem, Roberto Ferreira Filho alega que “as cópias do site de relacionamento indicam que a manifestação busca provocar o pensamento crítico da população campo-grandense, cuja expressão é garantida a todos, inclusive a crianças e adolescentes, o que está previsto nos artigos 15 e 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”

Já a decisão de José Rubens Senefonte, da 4ª Vara Cível, alega que o movimento pode ameaçar a segurança dos frequentadores, comerciários e comerciantes, assim como o prédio do shopping, como já aconteceu em São Paulo (SP). “Evitando tumultos, correrias, algazarras, atos de vandalismo, uso de equipamentos de som em volume excessivo, bem como não interfiram no regular funcionamento da autora, quer seja no interior do Shopping Center ou quer seja no estacionamento do estabelecimento”, justifica a decisão.

A liminar será cumprida por dez analistas judiciários ou oficiais de Justiça, que permanecerão nas portas de acesso ao shopping. O Comando-Geral da Polícia Militar também deverá ceder número suficiente de militares para garantir a segurança dos oficiais.

Quando soube da organização do movimento, o comandante da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos, foi enfático. “(Os policiais) Estão totalmente preparados. Eles (organizadores) vão se arrepender, porque não quero cenas como aquelas vistas em São Paulo. Se querem protestar, têm todo o nosso apoio, desde que seja pacífico, porém, se querem imitar um bando de desocupados e até afetar o comércio, estão enganados”, disse.

A reportagem do jornal Correio do Estado tentou contato com os organizadores do movimento, mas até o fechamento da edição não houve resposta. Pela página do Facebook, os participantes discutem o “rolezinho”, muitos usuários criticaram a posição da Justiça, por não garantir o livre acesso ao shopping.

As duas ações foram interpostas pelo Grupo BR Malls, que administra o Shopping Campo Grande.