Pressionado pela desconfiança dos estrangeiros em relação aos mercados emergentes, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou janeiro com queda de 7,51%. Foi o pior desempenho mensal do índice desde junho do ano passado, quando perdeu 11,31%.
A baixa também foi a pior para meses de janeiro desde 1995, quando registrou desvalorização de 10,77%. No dia, depois de oscilar entre altas e baixas, o Ibovespa encerrou com ganho de 0,84%, para 47.638 pontos, impulsionado por ações de bancos.
"A perda recente do índice deixou alguns papéis com preços muito baixos. O investidor aproveitou hoje para comprar 'pechinchas', o que justifica a alta do Ibovespa no final do dia", explica Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.
Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 0,31%. Foi a quinta baixa semanal do índice.
"O cenário ruim para a Bolsa brasileira deve continuar em 2014. Nossa economia está fraca, num cenário de fortalecimento dos EUA. A China deve crescer menos e, consequentemente, reduzir o desempenho projetado para as grandes exportadoras", diz Marcio Cardoso, diretor da Easynvest Título Corretora.
O especialista, no entanto, afirma que não há motivo para pânico. "O Brasil está bem melhor que os demais emergentes. Nossas reservas internacionais são fortes e, por isso, o impacto da saída inevitável de investimentos estrangeiros dos países em desenvolvimento acaba sendo mais controlado por aqui", completa.
O Banco Central do Brasil divulgou hoje que o setor público brasileiro registrou superavit primário de R$ 10,407 bilhões em dezembro. Em 2013, a cifra chegou a R$ 91,3 bilhões a menor poupança para o abatimento da dívida pública em 15 anos.
"O número é ruim, mas as expectativas era de que ele viesse ainda pior", avalia Hegedus.