Dezenas de pessoas ficaram feridas hoje após confronto com a polícia durante a tentativa de invasão da sede do governo regional de Sarajevo, na Bósnia. A ação aconteceu durante o terceiro dia de protestos contra as administrações locais no país, que juntam milhares de pessoas.
Os manifestantes protestam contra o fechamento de fábricas que foram privatizadas em Tuzla, a 123 km de Sarajevo. O movimento começou anteontem na cidade e, desde então, deixou centenas de feridos em confrontos. Hoje, os manifestantes reivindicaram também o fim da corrupção e do nepotismo.
Segundo o jornal "Dnevni Avaz", os manifestantes queimaram a porta de entrada do prédio estatal e atiraram pedras contra os policiais que impediam sua chegada ao prédio. Ao se aproximar do edifício, quebraram os vidros da frente e conseguiram entrar.
Os agentes usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para tentar retirar os manifestantes. Dois carros e uma cabine da polícia também foram queimados, formando uma grande nuvem de fumaça que pôde ser vista de diversos pontos da capital.
A agência de notícias estatal `Fena" informou que 26 pessoas ficaram feridas, mas que esse número ainda pode aumentar. Além da capital, outras 33 cidades foram palco de manifestações hoje, incluindo Tuzla, onde também houve invasão ao governo regional que deixou oito feridos.
Ontem, outras 130 pessoas tiveram que ser hospitalizadas após confrontos entre manifestantes e a polícia em Bihac, onde a sede do governo local foi invadida. Analistas afirmam que esta é a maior onda de protestos desde o fim da Guerra da Bósnia, em 1995.
Na época, o país foi dividido em Executivos regionais e dois Estados autônomos um croata e muçulmano e outro sérvio. O alto representante da Comunidade Internacional no país, Valentin Izko, pediu que não seja violada a lei durante os protestos.