Após o caso de racismo que atingiu o jogador do Cruzeiro Tinga, na partida contra o Real Garcilaso pela Libertadores no Peru, o diretor de futebol do clube, Valdir Barbosa, disse que o Cruzeiro já acionou seu departamento jurídico e que um dossiê sobre o caso foi feito para ser enviado à Conmebol. Ele também informou que o presidente do clube deve ir à Assunção (sede da entidade) caso seja necessário para cobrar uma posição mais enérgica.
“Diante do que aconteceu, por toda repercussão internacional que o caso teve, a Conmebol não terá outra alternativa a não ser entrar em uma rota de colisão e aplicar uma medida mais dura. Esse é o posicionamento do Cruzeiro e o presidente viajará para Assunção caso seja necessário um contato direto”, disse ele em entrevista ao “Esporte em Debate”, da Rádio Bandeirantes.
Segundo ele, o Cruzeiro também quer melhores condições na disputa da competição. Ele alega que a entidade que controla o futebol sul-americano não faz cobranças extracampo para os participantes e que a maior competição do continente precisa ser respeitada.
“As reclamações não são em virtude de uma derrota, mas sim para melhorarmos as condições. A Fifa cobra um monte de coisa para quem quer fazer uma Copa do Mundo, mas a Conmebol não faz nada a respeito da Libertadores. Temos que respeitar mais a competição, dar mais credibilidade para ela. Para se ter uma ideia, os jogadores não tiveram água para tomar banho depois do jogo. No hotel, na manhã seguinte, também não havia água quente”, revelou.
O diretor também comentou a solidariedade mostrada pelos rivais do Atlético-MG e elogiou a possibilidade que surgiu da torcida atleticana cantar o nome de Tinga durante o clássico entre as equipes no próximo domingo.
“Acho que o tipo de fato que aconteceu merece a solidariedade de todos, pois é uma coisa que sai do futebol, que atinge a todos nós e será muito bom se isso acontecer”, concluiu.