Para muitos, Carnaval é época de ganhar dinheiro. Alguns são capazes de sair da própria casa para dar lugar a foliões na Cidade Alta, o coração carnavalesco de Olinda (PE).
Numa passagem pelas ladeiras do sítio histórico da cidade na semana passada, a reportagem encontrou ao menos nove casas para alugar. No início desta semana, quase todas já estavam alugadas.
A filha do artista plástico Alberto Leal, 57, está grávida, mas vai se mudar por uma semana para um quartinho no fundo da casa de três quartos e um banheiro onde devem ficar até 40 pessoas.
Leal diz que ela fica na propriedade justamente para coordenar o banheiro coletivo. "Fica todo mundo doido brincando Carnaval e aí vira bagunça. Os mais sérios têm que tomar conta dos mais brincalhões", diz Leal, que aluga a casa há 20 anos.
Em geral, o imóvel é alugado cerca de seis meses antes da folia, mas este ano ainda está disponível.
Desta sexta-feira até a próxima, o custo é de R$ 6.000. Se um grupo não fechar negócio, Leal vai aceitar turistas desamparados, a R$ 300 por pessoa.
A servidora pública Débora Duque, o namorado dela e outras 18 pessoas alugaram uma casa próxima aos Quatro Cantos, uma das áreas mais disputadas do Carnaval de Olinda.
O imóvel foi batizado pelo grupo de babydoll de nylon. "A música é um clássico de Robertinho do Recife e, há uns três anos, uma casa na mesma rua tocava essa música o dia todo", explica Débora.
Ela diz que as bebidas chegam amanhã e os foliões, na sexta. A farra vai até a Quarta-feira de Cinzas. Cada um vai pagar R$ 500 por hospedagem, comida, bebida e limpeza. Afinal, são 20 pessoas para um único banheiro.
"Não tenho ideia de como vai ser. O pessoal aluga a casa há uns anos e diz que funciona bem", diz a novata.