Recife recentemente foi palco de um episódio médico que repercutiu na imprensa brasileira. Mas de uma dezena de recém-nascidos foi internada em unidade de terapia intensiva, em função do Teste do Reflexo Vermelho, popularmente conhecido como o “Teste do olhinho”. Mu itos pa i s sequer sabem o que é, e qual a importância de se fazer este teste. Trata-se de um exame rápido, de baixo investimento, que não causa dor nem efeitos colaterais e que promove a detecção precoce de qualquer anomalia que promova obstrução na visão, como catarata, glaucoma congênito, tumores, entre outras patologias. Segundo o médico oftalmologista, Luis Gustavo Ribeiro, no Brasil, a alta incidência de rubéola nas grávidas (facilmente detectável pelo teste) resulta em infecções congênitas que também levam à cegueira infantil. “O incidente no nordeste só prova a necessidade que o País tem de aprovar o projeto de lei nacional que regulamente a prática correta do exame”, afirma o médico, que esclarece ainda que ao definir parâmetros e práticas adequadas, a prevenção será alcançada. O Brasil é vitrine para inúmeras práticas médicas de sucesso. Para estar entre os países referência na área de prevenção da cegueira no mundo será necessário colocar mais foco nesta questão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, no Brasil estima-se que existam entre 25 a 30 mil crianças afetadas. Há aproximadamente 150 a 180 crianças cegas para cada milhão de habitantes e 600 a 700 crianças com visão subnormal. Estes números podem diminuir substancialmente com a prática regular do teste, defende a organização. Como é o teste Em menos de cinco minutos o teste é realizado por um pediatra treinado. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio. Caso seja diagnosticada no nascimento, as patologias que levam à cegueira podem ter suas consequências revertidas, com tratamento adequado e imediato.